Coerência
«...José Pacheco Pereira teve uma atitude exemplar na vida política portuguesa. Esta atitude seria em quaisquer circunstâncias admirável e modelar, mas a verdade é que neste momento atitudes como estas têm um valor inestimável. No momento em que sentimos uma verdadeira perda de referências éticas elementares na vida política portuguesa, no momento em que a coerência é facilmente substituída por uma tentativa de estar no poder custe o que custar, vermos alguém que já está nomeado para exercer as funções de embaixador na UNESCO, posto que certamente ocuparia com competência e brilho, desistir de ir para Paris porque acha que o actual Governo lhe não merece confiança e é necessário exercer uma função intelectual de vigilância e crítica, revela uma firmeza, uma coragem e uma integridade a que não estamos habituados».
(Eduardo Prado Coelho, in Público)