Nau Catrineta
Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar!
Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar
D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas
D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros
D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela,
Santa Manela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela!
Aflito, El-Rei Sampaio,
Com estas novas tão más
Disse aos bobos de soslaio:
- Chamai lá o Santanás!
- Aqui estou meu Senhor
Vós mandantes-me chamar?
Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?
- Cala-te lá meu "charmoso",
Não me lixes mais a vida.
Troco um cherne mal-cheiroso
Por um carapau de corrida?
Pobre da Nau Catrineta,
Já lamento a tua sorte.
Esta marujos da treta
Nem sabem onde fica o Norte!
Parece que já estou vendo
Em vez de descobrir mundo
Ao primeiro pé de vento
Espetam com o barco no fundo
Ou então este matraque
Com pinta de Valentino
Gasta-me a massa do saque
Nas boîtes do caminho!
- Não se aflija meu Rei
Que agora vou assentar,
Pois depois do que passei
Cheguei onde quis chegar
E por aquilo que passei
-Aqui ninguém nos escuta-
Eu quero mesmo é ser Rei!
Vamos embora à luta.
Autor desconhecido