25.7.04

Nau Catrineta



Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar

São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar!

Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar

D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas

D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas

D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros

E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros

D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela,

Santa Manela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela!

Aflito, El-Rei Sampaio,
Com estas novas tão más

Disse aos bobos de soslaio:
- Chamai lá o Santanás!

- Aqui estou meu Senhor
Vós mandantes-me chamar?

Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?

- Cala-te lá meu "charmoso",
Não me lixes mais a vida.

Troco um cherne mal-cheiroso
Por um carapau de corrida?

Pobre da Nau Catrineta,
Já lamento a tua sorte.

Esta marujos da treta
Nem sabem onde fica o Norte!

Parece que já estou vendo
Em vez de descobrir mundo

Ao primeiro pé de vento
Espetam com o barco no fundo

Ou então este matraque
Com pinta de Valentino

Gasta-me a massa do saque
Nas boîtes do caminho!

- Não se aflija meu Rei
Que agora vou assentar,

Pois depois do que passei
Cheguei onde quis chegar

E por aquilo que passei
-Aqui ninguém nos escuta-

Eu quero mesmo é ser Rei!
Vamos embora à luta.

Autor desconhecido