
A diferença de votos foi de cerca de 4 milhões.
Esta vitória deveu-se aos seguintes factores:
1º - A firmeza de Bush face ao terrorismo.
Se é uma facto que cometeu erros, alguns graves, após a derrota de Saddam e a reacção do terrorismo fundamentalista islâmico e baasista, esteve certo na resposta pronta ao terrorismo niilista global que pretende destruir a democracia e a civilização liberal ocidental, ao atacar os regimes reaccionários e tirânicos afegão e iraquiano.
Há combates, é certo, no Afeganistão e no Iraque. No entanto, há a liberdade que antes não existia em tais países entregues a doentes mentais. Houve eleições no Afeganistão, as quais deram a vitória às forças moderadas. No Iraque, decorrerão também eleições gerais brevemente. Há mais liberdade e melhoria das condições de vida da população relativamente ao "socialismo" de Saddam, em consequência do qual, a maioria das pessoas vivia pobre ou miserável, enquanto o ditador e familiares viviam na maior opolência, liquidando todos os que se lhes opusessem. A ditadura baasista, em mais de trinta anos, matou 6 a 8 milhões de seres humanos, chegando a utilizar gases proibidos por convenções internacionais contra os iranianos e os curdos.
Os que combatem o novo poder iraquiano, reconhecido e apoiado pela ONU, pretendem evitar a construção de um regime democrático contagiador do todo o mundo islâmico. No combate a esses inimigos da liberdade e restantes terroristas, em geral, Bush oferece mais garantias de firmeza que Kerry, o qual demonstrou não saber lá muito bem o que pretende na matéria.
Os americanos percebem poder a luta contra o terror fundamentalista islâmico demorar mais algum tempo, tal como a segunda guerra mundial durou 6 anos e custou a vida a centenas de milhares de americanos para que na Europa nos livrássemos do fascismo e do nazismo.
Quanto às armas de destruição maciça, não foram encontradas. Mas existiram e Saddam nunca cumpriu as suas obrigações para com as Nações Unidas, provando tê-las destruido, pelo contrário, expulsou os seus inspectores por mais de uma vez. Ousou fazê-lo quando foi ameaçado (também já o tinha sido pelo democrata Clinton) de que seria atacado. Teve tempo mais que suficiente para esconder tais armas, desautorizando as forças aliadas. É hipótese a ter em consideração, tal como a hipótese de ter havido mentira dos americanos e seus apoiantes.
Outro dos objectivos do ataque ao regime socialista-fascista de Saddam era criar condições para um acordo de paz entre Israel e os palestinianos. Se não foi conseguido e o conflito se agravou, deve-se à política da UE. Se a mesma pressionasse, à semelhança de Bush, a Autoridade Palestiniana a substituir Arafat por um outro líder moderado, a situação seria diferente, pois o radicalismo de Sharon seria refreado. Recordamos ter sido Bush o primeiro presidente americano a reconhecer o direito dos palestinianos a uma pátria.
2º - A boa situação económica.
Com o corte de impostos sobre os investimentos, a economia cresceu acentuadamente, distanciando-se ainda mais de economias fortes como a japonesa ou a da UE e o nível de vida do americano médio melhorou, apesar de o desemprego ser maior que quando Bush foi empossado há 4 anos.
Os americanos perceberam levar o aumento de impostos sobre os ricos prometido por Kerry à fuga de investimentos para outros países, prejudicando a economia e agravando as suas condições de vida, especialmente as dos mais pobres.
3º - No plano social, o chamado conservadorismo com compaixão de Bush teve efeitos positivos com os cheques educação e de saúde, garantindo liberdade de frequência dos respectivos estabelecimentos públicos ou privados a todos os cidadões, com destaque para os mais necessitados.
4º - A afirmação da objectividade moral, contrária ao relativismo moral e filosófico destruidor da civilização e, consequentemente, da liberdade, embora se tenha caído em alguns exageros típicos do conservadorismo social excessivo, por sua vez frutos daquele relativismo.
Por todos estes motivos, o povo americano votou pela continuidade.
Este resultado foi também uma derrota da velha Europa, complexada face ao poderio americano e uma vitória da nova Europa que assinou a Carta dos 8, em defesa do ataque ao regime retrógrado de Hussein. Entre os subscritores de tal Carta está o novo Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, esperando-se, pois, um renovar da relações trans-atlânticas, nos planos político, económico e cultural, e, especialmente na luta contra o terrorismo.
Louçã, mais uma vez enganou-se. Depois de John Howard, na Austrália, foi o próprio Bush a ganhar novas eleições.
Não deixa de dar vontade de rir a afirmação da esquerda portuguesa de que Kerry seria um dos seus. Leram o seu programa, ou não se deram a tal trabalho? Kerry não está nada à esquerda do PSD.
Por Manuel Silva