9.12.04

PAULO PORTAS E AS FUGAS

Paulo Portas afirmou num comício "combatemos e não fugimos".

Então, porque abandonou as funções de deputado pelo círculo de Aveiro quando o seu partido, então liderado por Manuel Monteiro, não o elegeu líder do grupo parlamentar, motivando a seguinte afirmação do deputado socialista daquele distrito, o meu amigo e adversário Dr. Carlos Candal: "Paulo Portas virou-nos as costas, salvo seja"?

Quem pôs fim à AD em 1999? Marcelo Rebelo de Sousa havia-lhe dito que o PSD não o queria na liderança do CDS. Se o que o motiva na política é o interesse nacional, abandonaria a liderança do seu partido, ou não?

Estes factos só mostram a incoerência e a "confiança" que Portas merece. Só um país ensandecido elegeria uma coligação de que faça parte. Infelizmente, o actual aparelho do PSD não pára de o bajular, apesar das farpas que ele e os seus companheiros lhe vão endereçando. Por essas e outras, também o PSD irá, por certo, ficar afastado do poder por muitos e bons anos e será responsável pela entrega da governação a outro incompetente, caracterizado essencialmente pela superficialidade mediática idêntica à de Santana: José Sócrates.

Por Manuel Silva