10.1.05

DIZER QUE SUSAN SONTAG FOI UMA DEFENSORA DOS DIREITOS HUMANOS É UMA FALÁCIA



Faleceu recentemente a escritora americana Susan Sontag. Sempre foi de esquerda, embora heterodoxa, percorrendo o seu caminho pessoal fora das grandes ideologias daquela área política. Sempre contestou o "sistema", sem, no entanto, deixar de aproveitar os seus proventos.

Jornalistas e comentadores de esquerda, incluindo complexados de esquerda democrática, como é o caso de Clara Ferreira Alves, que, entretanto, tem "flirtado" com o santanismo, apresentaram Susan Sontag como uma defensora dos direitos humanos. Tal constitui uma falácia.

Esta senhora teve uma atitude "compreensiva" para com os ataques dos terroristas fundamentalistas da Al Qaeda às torres gémeas e ao Pentágono, em 11/9/2001. Esteve contra a intervenção do seu país no Vietename, mas nunca criticou a invasão do Vietename do Sul pelo Vietename do Norte, comunista, que esteve na origem do conflito. Nunca condenou as ditaduras do leste da Europa, no tempo da guerra fria. Nunca teve uma palavra de rejeição relativamente aos regimes ditatoriais de Fidel Castro, Saddam, Pol Pot, Kim Il Sung, Ceausescu e tantos outros tiranos marxistas e de outras áreas de esquerda.

Há, pois, que denunciar esta falácia. Susan Sontag calou e consentiu as barbaridades praticadas por regimes de esquerda totalitária, pelo que não foi uma defensora dos direitos humanos, muito menos uma democrata.

Tal como Sartre, José Saramago, Aragon e tantos outros intelectuais comunistas, criticava o sistema que lhe possibilitou enriquecer. E nunca foi viver, tal como aqueles intelectuais, para os paraísos que tanto elogiavam, pois aí lhes faltaria o conforto proporcionado pelo capitalismo...

Por Manuel Silva