O MAL ERA DERROTADO
Por Manuel Silva
Há 60 anos, terminava a II Guerra Mundial, com a vitória dos aliados e a derrota do mal: o nazismo alemão e os fascismos italiano e japonês.
As humilhações sofridas pela Alemanha a seguir à I Guerra Mundial e a crise económica durante a República de Weimar foram os factores que levaram o povo alemão a eleger o fascínora Hitler, o qual exerceu uma ditadura sanguinária no seu país e nas nações que ocupou. Que tal sirva de lição aos democratas de todas as facções e ideologias, pois, como dizia o saudoso Vitor Cunha Rego, "não há legitimidades abstractas".
Derrotados o fascismo e o nazismo, a democracia e a economia de mercado prosperaram, melhorando o nível de vida da generalidade da população, em todo o Ocidente, em boa parte devido ao apoio dos EUA, através do Plano Marshal. Sobre os países do leste europeu, após 1945, como disse Churchill, abateu-se uma cortina de ferro, pois ficaram sujeitos a ditaduras marxistas que esmagaram as liberdades e os direitos fundamentais da pessoa humana.
Passados todos estes anos, a generalidade daqueles países vive em democracia.
Também nós, portugueses, após meio século de regime autoritário e obscurantista, alcançámos a liberdade, tendo, no entanto, que após a manhã libertadora do 25 de Abril, derrotar nas urnas e na rua os que pretendiam impôr uma ditadura igual às então vigentes na cortina de ferro.
Felizmente, em praticamente toda a Europa e em muitas partes do mundo, estamos "condenados" à democracia. No entanto, é importante não esquecer o mal e os factores na sua origem. Só assim se poderá defender a liberdade alcançada.