16.5.05

PCP ELOGIA ESTALINE
Por Manuel Silva

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"Estaline foi um tirano, um déspota, um assassino, um criminoso, um bandido". Quem proferiu esta afirmação? Um fascista, um ultra-reaccionário, um anti-comunista primário? Não, caro leitor, foi o comunista Nikita Krutchov - que sucedeu ao mesmo Estaline na liderança do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) - no célebre XX Congresso daquela força política, realizado em 1956.

Em 1964, Krutchov era afastado da chefia do PCUS e substituído por Brejnev, voltando o regime soviético a endurecer, embora não tanto, diga-se em abono da verdade, como nos tempos de Estaline. Nessa altura, segundo o dissidente do PCP, entretanto falecido, Rui Perdigão, Cunhal terá dito "há muitos camaradas a retirar o retrato de Krutchov dos seus gabinetes. Eu não preciso, nunca o lá tive" (ver o livro "O PCP visto por dentro e por fora", do mesmo Perdigão).

Não espanta, pois, que, recentemente, o chefe de redacção do "Avante" e membro do Comité Central do PCP, Leandro Martins, tenha elogiado a acção do déspota Estaline durante três décadas, especialmente na segunda guerra mundial, omitindo, no entanto, a sua responsabilidade no início da mesma guerra, quando um pacto assinado entre a URSS e Alemanha nazi legitimou a ocupação de uma parte da Polónia pelas tropas de Hitler.

O PCP não mudou, de facto. Como diria o seu inimigo figadal Marcelo Caetano, vai evoluindo na continuidade.