Os democratas somos nós e só nós... (II)
É que em Portugal a direita tem sempre que apresentar as suas credenciais democráticas, como uma espécie de salvo-conduto para participar na vida política portuguesa. A esquerda não tem necessidade de o fazer porque, já se assume, à partida, que a esquerda é, naturalmente, democrática. A direita tem que o provar, à esquerda basta existir. Claro que à esquerda existem tantos ou mais partidos de raiz totalitária e tendências antidemocráticas como à direita, mas esta comparação é útil porque é o espelho de uma mentalidade que, ao fim de trinta anos, continua reinante em Portugal.