Por Manuel Silva

Completaram-se ontem, dia 31 de Agosto, 25 anos sobre a fundação do Sindicato polaco SOLIDARIEDADE, liderado pelo operário dos estaleiros de Gdansk, Lech Walesa.
Na Polónia, desde a instauração do regime comunista, houve sempre uma grande tradição grevista. A classe operária sempre recusou a liderança da sua vanguarda esclarecida e revolucionária...
Em 1978, foi eleito Papa o Cardeal Polaco Karol Woytila (João Paulo II). Para tal escolha terá contribuido e muito o papel da Igreja Católica durante o regime comunista, a qual tinha uma forte implantação nas chamadas massas, que estavam de costas voltadas para o regime. Se em algum país de leste o "homem novo" falhou foi na Polónia.
A visita do Papa João Paulo II ao seu país natal em 1979 teve uma grande adesão popular, especialmente de operários. Essa visita papal marcou o princípio do fim do comunismo.
No ano seguinte, era criado o Solidariedade. Além do Papa, Reagan e Thatcher, defendendo uma política contrária à da Internacional Socialista e da "Ostpolitik", enfrentaram os comunistas, apoiando o Solidariedade e a luta de vários movimentos anti-comunistas no mundo inteiro.
Foi essa política que permitiu o aparecimento de Gorbatchov, a queda do muro de Berlim, a vitória dos movimentos democráticos em todo o leste e o fim do "sol da Terra" - como dizia Álvaro Cunhal - a URSS.
Nas comemorações dos 25 anos do Solidariedade estiveram Walesa, uma série de membros fundadores daquele sindicato, o actual PR polaco, Kwasniewski, naquele tempo aparatchicK comunista e hoje socialista, o qual se autocriticou por ter estado do lado errado (haverá algum escrevinhador anónimo deste blogue que aconselhe Kwasniewsky a ter vergonha do seu passado?) e elogiou a acção de Walesa e do Solidariedade; Durão Barroso, na qualidade de Presidente da Comissão Europeia e diversos chefes de Estado de toda a Europa.
Faltaram o pseudo-democrata Putin, responsável pelo assassinato de muitas crianças, há um ano, em Beslan, e o ditador bielorrusso, Lukachenko, seu amigo. Provavelmente, sentir-se-iam melhor junto de alguns figurões que pretendem ridicularizar os anti-comunistas neste blogue. Afinal, cada um tem as companhias que merece.
Ah, e ninguém pense em vir falar de anti-comunismo de criancinhas ao pequeno almoço. É que essa "estória" foi engendrada pelo Komintern, para ridicularizar os anti-comunistas. Para quem ignore o facto, aqui fica a verdade. É por essas e por outras que vergonha é ter conhecimento das coisas e continuar a ser "compagnon de route" dos seus praticantes. Conhecê-las, quando é impossível escondê-las, e continuar o mesmo caminho, não é coerência, é estupidez ou sacanice.