Por Manuel Silva

Ontem, dia 12 de Setembro, o conhecido dirigente do PCTP/MRPP, Garcia Pereira, apresentou a sua candidatura à Presidência da República. Disse fazê-lo, porque Mário Soares, Manuel Alegre e o PS impediram a afirmação de uma candidatura democrática e patriótica, imagine-se de quem.... Nem mais nem menos que Freitas do Amaral.
A seguir ao 25 de Abril, o MRPP acusava Diogo Freitas do Amaral e o CDS de terem "reorganizado o fascismo". Os seus militantes e simpatizantes assaltaram sedes do CDS, de onde roubavam material de off-set e boicotaram o primeiro comício da JC, no Teatro de S. Luis, em Lisboa.
A direcção da Faculdade de Direito de Lisboa, conotada com o MRPP, saneou Freitas do Amaral de docente.
Nas segunda volta das presidenciais de 1986, Garcia Pereira, rodeado dos outros membros do CC do PCTP/MRPP da altura, apelou ao povo para não votar em Soares nem em Freitas. O primeiro era "de direita". O segundo "representava o regresso ao fascismo".
Recentemente, Freitas do Amaral prefaciou um livro de Garcia Pereira, apresentado pelo próprio Arnaldo Matos.
Agora, Freitas representaria, segundo o MRPP, as "forças democráticas" e patrióticas, como Eanes, em 1976 e 1980.
De facto este partido, que no próximo dia 18 comemora 35 anos, continua a primar pela surpresa e pelo ridículo. Razão tinha um dos seus mais conhecidos dissidentes, Durão Barroso, quando em entrevista concedida ao EXPRESSO após chegada à liderança do PSD, afirmou que quem resta no MRPP não é gente normal.
Aguardo com alguma curiosidade o que os dissidentes de esquerda do MRPP, aliados do MRI (Movimento Revolucionário Internacionalista), onde pontifica o Sendero Luminoso, de Abimael Guzzman (Gonzalo), irão dizer desta afirmação de Garcia Pereira na PÁGINA VERMELHA.