
…poderão vir surpreender a pré-anunciada vitória de Cavaco nas próximas eleições presidenciais? Há quem sustente que os indecisos se repartirão, na sua grande maioria, pelos candidatos da esquerda. Isto porque, de acordo com esta tese, ninguém estará indeciso entre votar Cavaco ou Soares. Poderá haver indecisão apenas quanto a votar Soares (de forma útil) ou votar em qualquer dos outros candidatos. E, desta forma, recaindo a opção dos indecisos sobre um dos candidatos da chamada esquerda, Cavaco não conseguirá conquistar Belém na primeira volta.
Assim, a questão que se coloca é: poderá alguém ainda estar indeciso entre votar em Cavaco ou noutro candidato da esquerda?
Não é absurdo haver quem, ainda não tendo decidido o sentido do seu voto, pondere a dicotomia Cavaco/Soares. Apesar de ser entre estes dois candidatos que o confronto é mais aguerrido, Soares não deixa de ser o candidato que se encontra mais próximo de Cavaco. Tanto assim que disputam o mesmo eleitorado, aquele que garantirá a vitória ao próximo Presidente da República: o eleitorado do centro. E não é este mesmo «centrão» que ora dá a vitória ao PSD, ora a dá ao PS em eleições legislativas? Não foram estes eleitores vacilantes que deram, no mesmo período e simultaneamente, vitórias esmagadoras tanto a Cavaco como a Soares?
Esta faixa do eleitorado sempre oscilou entre PSD e PS (os dois pólos antagónicos do nosso xadrez político). Porque não oscilaria agora entre Cavaco e Soares?
Em Janeiro saberemos a resposta!...
Piro