23.10.06

João Pereira Coutinho gosta de se imaginar um aristocrata do pensamento. Vai daí, como todos os parvenus, decreta que os demais não passam de ignaros — a custo organizados em "hordas", ou “tropas fandangas”— sempre animados da “ignorância larvar” que agora diagnostica, na sua coluna no “Expresso”, a toda a nossa classe política. Para ele, o povo gasta os seus dias a ulular aleivosias, a quilómetros das verdades supremas que esvoaçam nos amplos espaços daquele crânio abençoado. É que o rapaz sonha-se o único a saber ler (ou a consultar resumos na Amazon...) e acha que conseguir soletrar “Oakeshott” é prova de sapiência e elegância.