14.3.07

Num tempo em que Paulo Portas pretende voltar aos destinos do CDS, é natural que a comunicação social se dedique, uma vez mais, a destacar a preocupação de Paulo Portas com a imagem, com a forma da mensagem, com a encenação da política. E é igualmente natural que a mesma comunicação social aponte o seu dedo acusador à coisa, em nome de uma política alegadamente mais verdadeira e transparente. O que já não é natural, é que a comunicação social se entretenha nessas considerações enquanto, ao mesmo tempo, se dedica a compactuar com uma política de comunicação do governo que assenta, precisamente, nas mesmas bases da política de comunicação de Paulo Portas. Aí estão para o demonstrar os recentes retratos de José Sócrates publicados na imprensa, todos na mesma altura, seguramente por coincidência. Os retratos destacam o perfil do primeiro-ministro e não das suas políticas, realçando a sua feição humana e empalidecendo a política.