Título original: Lady Chatterley
De: Pascale Ferran
Com: Marina Hands, Jean-Louis Coullo'ch, Hippolyte Girardot
Género: Dra
Classificação: M/16
Estúdios: Maïa Films
BEL/FRA/GB, 2006, Cores, 158 min.
Uma adaptação do romance de D.H. Lawrence, "Lady Chatterley" é a história de Constance, uma jovem mulher que vive dias monótonos, obcecada com o seu casamento e o sentido do dever. Na Primavera, Constance conhece Parkin, o guarda caça do castelo. O filme é a sua história. A narrativa de um encontro, de uma domesticação difícil, de um despertar para a sensualidade nela e um longo retorno à vida para ele. O filme ganhou o Prémio Louis Delluc e cinco Césares (os prémios mais importantes da cinematografia francesa): Melhor Filme, Actriz, Argumento Adaptado, Fotografia e Guarda-Roupa.
"O que é O Amante de Lady Chatterley? A história de uma senhora de boas famílias britânicas que, privada de sexo pela impotência que o marido trouxera da guerra, descobre uma funda atracção erótica por um dos empregados da propriedade, em sucessivos e tórridos encontros nos bosques. O cinema já lhe pegou várias vezes, em filmes ora castos ora mais explícitos, conforme as permissões dos tempos, mas nunca com o penetrante estremecimento que agora Pascale Ferran e a actriz Marina Hands lhe dispensam. "
"O que faz deste filme uma obra singular é que jamais segue a cartilha óbvia. A última Lady Chatterley que me lembro ter sido edificada por franceses foi a que tinha Sylvia Kristel como protagonista — e estão a ver o efeito (sensualidade a brotar por todos os poros e a memória de Emmanuelle a ajudar...). Marina Hands é quase o contrário. Nenhuma concupiscência afixada, esposa exemplar, modesta e afectuosa e, depois, devagar, a descoberta da pele, da carne, do corpo a irromper, não em espasmos urgentes, mas como quem desvenda, como quem aprende, assumindo primeiro um mútuo agrado, uma disponibilidade no usufruto dos corpos com o guarda-de-caça e, depois, descortinando que o amor é isso. Uma tontura, uma fusão, uma transgressão, sempre. Lady Chatterley é um filme onde uma mulher nos ensina que a volúpia é uma aprendizagem, um percurso."
Jorge Leitão Ramos, Expresso de 16/06/2007