Desde 2001 (no mínimo) que não existem, propriamente, partidos de governo. Existem partidos que não estão no governo e que subitamente se alçam a ele quando o executivo em exercício definha, explode ou apodrece. Guterres fugiu do pântano e Durão subiu a S. Bento com visível estupefacção no rosto. Durão foi para Bruxelas e Santana recebeu o bebé nos braços com estupefacção igual. E quando os pontapés na incubadora começaram a matar o naciturno, chegou Sócrates. Hoje, ano da graça de 2007, a secreta esperança de Mendes (e de Menezes) é estar no sítio certo, na hora certa, caso o país se farte de Sócrates ou caso Sócrates se farte do país, trocando a política activa pela maratona nos Jogos Olímpicos de Pequim.
João Pereira Coutinho, Expresso de 22/09/2007