Título original: Nomad
De: Sergei Bodrov, Ivan Passer
Com: Jay Hernandez, Dilnaz Akhmadieva, Kuno Becker
Género: Dra, Gue
Classificação: M/12
Cazaquistão, 2005, Cores, 112 min.
"Quarenta milhões de dólares terá custado ao Cazaquistão e no ecrã vê-se cada cêntimo gasto. Curiosamente, as contribuições artísticas têm as mais díspares origens. O argumentista é russo (o veterano Rustam Ibragimbekov, responsável, entre outros, pelos argumentos de Sol Enganador e O Barbeiro da Sibéria, que tanto sucesso trouxeram a Nikita Mikhalkov). Os directores de fotografia vêm da Dinamarca e da Suíça. A equipa cenográfica é jugoslava. Os figurinistas foram contratados em Inglaterra e nos EUA. O compositor da música é italiano. Os actores principais são mexicanos e americanos. E a realização foi iniciada pelo checo Ivan Passer e concluída pelo russo Sergei Bodrov, com apoio de um realizador local, Talgat Temenov. Nos postos essenciais quase não encontramos figuras do cinema do Cazaquistão (na hipótese de existirem, o que desconheço em absoluto)."
"A única coisa que parece ter nascido no interior daquele vasto país que vai da Europa até à China (e que possui descomunais jazidas de petróleo) foi a vontade política de o filme existir (diz-se que por influência directa do Presidente Nursultan Nazarbayev) e o consequente fluir de capital que o tornou possível. A história que narra é fundadora e centra-se no mítico Ablai Khan, que no século XVIII conseguiu unificar as tribos cazaques e libertar o país do jugo mongol. O filme, sem subtilezas psicológicas, tem o sopro épico desejado, mostra a beleza das estepes e das montanhas e exibe copiosa espectacularidade. "
"Vale a pena olhá-lo, apesar do peso da imponência e do fausto que bem conhecemos de um certo cinema do império soviético. Natural: o Cazaquistão foi a última das repúblicas da URSS a declarar a independência e o seu Presidente, vitalício, transitou directamente do Partido Comunista para o topo do novo Estado democrático."
Jorge Leitão Ramos, Expresso de 17/11/2007
Jorge Leitão Ramos, Expresso de 17/11/2007