7.2.08

De resto, ninguém elegeu Sócrates por causa das suas perspectivas de beatificação. Elegeram-no porque ele não era Santana. E em 2009, Sócrates terá ainda essa vantagem, e mais outra: também não é Menezes. Assim descansado à direita, o Governo pôde dedicar-se à esquerda. Ora, a última remodelação ministerial, tal como a candidatura de António Costa em Lisboa no ano passado, mostrou não só essa atenção à esquerda, que todos notaram, mas outra coisa mais importante: a facilidade com que o Governo puxa a si, quando quer, a célebre “esquerda do PS”. Ralha muito, mas vem sempre quando a chamam.