O Correio da Manhã engasga-se e faz manchete com as aposentações de João Pedro Barros, Simoneta Luz Afonso e Alfredo Bruto da Costa, três altos funcionários do Estado que se aposentaram no exercício dos cargos de, respectivamente, presidente do Instituto Politécnico de Viseu (5.225,45 euros), presidente do Instituto Camões (4.724,09 euros) e presidente do Conselho Económico e Social (4.337,95 euros). E daí? Estamos a falar de dirigentes que fizeram descontos para a Caixa Geral de Aposentações em conformidade com os seus vencimentos. Se o jornalista que escreveu a notícia consultou a lista da CGA na íntegra, decerto encontrou pensões equivalentes a estas três: magistrados, diplomatas, docentes do ensino superior, etc. Ou não? Afinal, se estas pensões são consideradas “milionárias”, o que dizer das de valor dez vezes superior, como acontece no privado? Já agora, sem querer ser indiscreto, um jornalista que seja director de jornal, e tenha uma carreira contributiva de 30 anos, reforma-se com quanto? Com três salários mínimos?