9.10.08

Pílula leva mulheres a escolherem o homem errado: Estudo britânico revela que contraceptivo altera capacidade instintiva de escolher o parceiro. É tudo uma questão de olfacto

A pílula pode alterar a capacidade instintiva das mulheres escolherem o seu parceiro. Segundo um novo estudo britânico, divulgado quarta-feira pela AFP, o contraceptivo altera a predisposição natural de escolher um homem com genes diferentes, de modo a garantir a diversidade favorável à espécie.

É tudo uma questão de olfacto: as mulheres sentem-se atraídas pelo cheiro de homens geneticamente diferentes.

Segundo o resultado deste estudo, publicado nos anais da Sociedade Real Britânica, «as mulheres, que começam a tomar pílulas anticoncepcionais, passam a preferir homens cujos odores são geneticamente similares», revela o principal autor da investigação, Craig Roberts, da Universidade de Liverpool.

A equipa de Roberts fez uma experiência com um grupo de 100 mulheres, pedindo que indicassem as suas preferências entre vários odores masculinos de 97 voluntários, antes e depois de terem começado a tomar a pílula.

Detergentes, desodorizantes, perfumes e o fumo do cigarro foram proibidos para não prejudicar a experiência.

As mulheres tiveram assim a possibilidade de escolherem o melhor parceiro através do odor corporal: os genes que o controlam são os mesmos que também trabalham no sistema imunológico - os genes do Complexo Maior de Histocompatibilidade (CMH/MHC).

O facto de as mulheres que tomam a pílula preferirem os homens com genes semelhantes acarreta problemas, explica Craig Roberts: «Por um lado, a compatibilidade genética dos casais pode provocar problemas de fertilidade», mas também «pode levar ao fim da relação, quando as mulheres deixam de tomar a pílula» - o papel do olfacto é muito importante na atracção do casal.