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A crise do PSD não nasceu na última sondagem por muito que isso convenha às facções internas para quem a simples explicação conjuntural, - a culpa é de Manuela Ferreira Leite, - não só chega como é conveniente. Nas dificuldades do PSD não conta, segundo eles, o passado, a imagem que a maioria dos portugueses têm da experiência governativa Barroso – Portas – Lopes, não conta a fuga de Barroso, não contam as peripécias do governo Lopes – Portas, não contam os sucessivos escândalos com sobreiros, submarinos, casinos, não contam os financiamentos ilegais, não conta a imagem do grupo parlamentar escolhido por Santana Lopes, não conta o “menino guerreiro”, não contam as histórias do BPN, não conta a “estratégia” de desgaste de Passos Coelho sempre apresentada como sendo de uma benévola expectativa, não contam os impropérios raivosos de Menezes, resumindo e concluindo, não conta a imagem pública pelas ruas da amargura do PSD como partido político, isso não conta nada. O PSD não sobe porque Manuela Ferreira Leite faz gaffes, e apenas por isso. Compreendo muito bem este ponto de vista que anima as facções internas, visto que falar de outras coisas atira demasiado a luz sobre os próprios que as omitem.