O projecto do BE nunca me interessou. Sou dos que têm idade para se lembrar da UDP e do PSR. Et pour cause. Mas nunca mudei de canal quando Louçã falava. O estilo evangelista perdeu eficácia com a erosão do tempo, mas Louçã tinha-nos habituado a um módico de rigor. Isso acabou. As sondagens fizeram-no perder o pé. No debate de anteontem, com Sócrates, insistiu na “negociata” que teria havido entre o governo e o dr. Jorge Coelho, CEO da Mota-Engil. Sócrates desmentiu. Não obstante, o coordenador do BE foi para um comício alardear que tinha sido ele a impedir a combinata. Uma triste figura de onde menos se esperava. Ontem, Mário Lino, ministro das Obras Públicas, mostrou os documentos que provam que a decisão de impedir a concessão do troço da auto-estrada do Centro, entre Oliveira de Azeméis e Coimbra, foi tomada há um mês. Essa decisão anulou o concurso. Há um mês! Louçã não é um daqueles patetas que vão à televisão falar do que não sabem. Ele sabia. Mesmo assim insistiu. Ou muito me engano, ou Louçã começa a ser um problema para o BE.