DEUS PINHEIRO entrou no Parlamento e, trinta minutos depois, já estava fora dele. Fez bem. O Parlamento ficou a ganhar e Deus Pinheiro mostrou que, sem uma lei eleitoral capaz de responsabilizar cada tribuno, o lugar de deputado não é para levar a sério. Durante a campanha, o ‘candidato’ serve para ‘encher’ listas que ninguém conhece e, verdade seja dita, em que ninguém vota. Vota-se no líder; a trupe que vem atrás faz parte da carroça. E, depois da eleição, o deputado não passa de um bedel sem autonomia que actua de acordo com os mandos e desmandos do chefe. Para efeitos práticos, é indiferente eleger Deus Pinheiro ou a minha mulher-a-dias. E é indiferente substituí-los, embora eu desconfie que a minha Fátima, tão sensata e pontual, seria uma vantagem para o hemiciclo. Se precisarem do contacto, por favor, não hesitem.