Título original: Surrogates
De: Jonathan Mostow
Com: Bruce Willis, Radha Mitchell, Rosamund Pike
Género: Acção, Ficção Científica, Thriller
Classificação: M/12
Estónia, 2009, Cores, 104 min.
"NUM MUNDO em que há salas de chat onde é possível namorar sob uma identidade forjada, em que há sites onde se consegue simular uma outra existência através de avatares, onde há redes sociais em que se criam laços muitas vezes em nome de um desejo que não de uma realidade, como não acreditar na hipótese que “Os Substitutos” coloca? Seria assim: num próximo futuro as pessoas deixariam de sair à rua. Ficariam em casa, reclinadas diante de um ecrã e ligadas ciberneticamente a modelos que os simulariam, bonecos robóticos que os substituiriam na vida real e através dos quais todos os relacionamentos se processariam, de carácter profissional, social ou afectivo."
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"Um admirável mundo novo está criado, com a proximidade ao nosso para podermos extrair alguma reflexão. Nesse mundo acontece um mistério — alguém desenvolve uma arma que, ao destruir um avatar, mata também o seu dono — que Greer/Bruce Willis, agente do FBI, tem de destrinçar. Mas, enquanto avança no encalço do criminoso, debate-se com um problema íntimo. A mulher, encerrada num quarto desde a morte do filho de ambos, tem, enquanto avatar, um comportamento dissoluto, praticamente proibindo a Greer qualquer manifestação de afecto e interditando o contacto real entre ambos."
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"Pessoalmente, gostaria muito mais de saber como se reconstrói uma humanidade depois de aquilo (é o que o fim do filme deixa em suspenso e quase dá por adquirido), que ver um avatar sem um braço aos saltos sobre ruínas e carcaças de automóveis mortos. Mas eu não tenho 13 anos e, já se sabe: nenhuma filosofia de vida suplanta uma boa explosão, pelo menos nos códigos que regem a maior parte dos filmes. A destes dias." Jorge Leitão Ramos, Expresso de 31/10/2009