Avatar
Título original: Avatar
De: James Cameron
Argumento: James Cameron
Com: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang
Género: Acção, Aventura
Classificação: M/12
EUA, 2009, Cores
Título original: Avatar
De: James Cameron
Argumento: James Cameron
Com: Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Stephen Lang
Género: Acção, Aventura
Classificação: M/12
EUA, 2009, Cores
"NO DISTANTE planeta Pandora, há uma raça de humanóides mais humanos do que nós — os Na’vi, de pele azul e compleição esguia, seres místicos que vivem em perfeita comunhão com o que os rodeia. Mas Pandora é um planeta mortífero para a nossa espécie, seja pela sua irrespirável atmosfera seja pelos múltiplos perigos, seres, monstros, que nele se abrigam e pela hostilidade dos Na’vi, pouco dispostos a serem colonizados. Ao mesmo tempo possui reservas imensas de um minério precioso e raro que uma grande corporação explora, apoiada por mercenários. E há um clã Na'vi a ocupar o sítio onde a maior jazida de minério se encontra. É preciso, portanto, afastá-lo do caminho."
"A história de “Avatar” é, todavia, mais complexa, pois centra-se em seres híbridos, fabricados a partir de ADN humano e Na’vi, de aparência quase idêntica ao do povo nativo de Pandora e de certa maneira ‘pilotados’ por humanos em estado de hibernação conectada. É assim que um fuzileiro paraplégico consegue contrato para conduzir o avatar de um irmão cientista que morrera. E, de observador e espião se torna, progressivamente, num deles..."
"Doze anos depois de “Titanic” — que continua a ser a fita com melhor bilheteira em toda a história do cinema — James Cameron regressa com o mais aguardado (e mais bem guardado) filme do ano. Nele se conjuga o gosto pela ficção científica com uma nervosidade máscula, uma espécie de fusão entre o visionarismo de “O Abismo” com o fragor de “O Exterminador Implacável”. Para o fabricar, Cameron usou o que de mais perfeito existe em matéria de tecnologia — e, de facto, há algo que é inegável: visto em 3D, este é um daqueles filmes raríssimos sobre os quais é possível dizer que nunca se viu nada assim. Mesmo percebendo que há uma falta de textura, de peso, que retira aos eventos e à acção emoções profundas, a verdade é que os achados visuais são portentosos e não me refiro só aos seres fantásticos, ora insectos, ora árvores imensas, ora canídeos ferozes, ora criaturas dinossáuricas ou aos espaços da natureza de uma exuberância que roça o delírio. Refiro-me aos intérpretes, aos corpos dos Na'vi, aos seus felinos movimentos, a uma respiração sensual que habita todo aquele mundo mágico e espantoso."
"“Avatar” é visualmente magnífico de uma imaginação que põe o cinema deste género num novo patamar. A esse nível (mas só a esse nível...) opera um abanão tão forte como o que “2001 — Odisseia no Espaço” provocou há quarenta anos. E decerto vai produzir uma avalancha de espectadores, pois toda a gente vai querer ver o que nunca ninguém viu. Contudo, Cameron não quis colocar lá dentro algo mais substancial que uma parábola simples, vagamente ecológica, povoada de memória (o Vietname, sim, ainda por lá anda) e de um panteísmo tão redentor quanto elementar. De certa maneira, o cineasta correu riscos controlados, não se atrevendo a fazer um filme adulto, apontou para as plateias adolescentes e para um segmento toda-a-família (é o mais brando dos filmes de acção desde há muitos anos, infinitamente menos agressivo que qualquer jogo digital do género). Percebe-se: com um orçamento astronómico (diz-se que é o mais caro filme de sempre) só essas plateias o podem rentabilizar." Jorge Leitão Ramos, Expresso de 19/12/2009