Sherlock Holmes
Título original: Sherlock Holmes
De: Guy Ritchie
Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Mark Strong
Género: Aventura, Policial
Classificação: M/12
Austrália/EUA/GB, 2009, Cores, 128 min.
Título original: Sherlock Holmes
De: Guy Ritchie
Com: Robert Downey Jr., Jude Law, Mark Strong
Género: Aventura, Policial
Classificação: M/12
Austrália/EUA/GB, 2009, Cores, 128 min.
"APÓS UMA BREVE ausência, regressa o mais famoso detective da literatura popular, com mais de um século de existência, criado no final do século XIX por Sir Arthur Conan Doyle. Mais concretamente em 1887, com a primeira aventura no romance “Um Estudo em Vermelho”. O estilo de actividade e investigação do detective destacou-se pela originalidade de investigação. E Sherlock Holmes tornou-se, pouco depois, ainda nos tempos do filme mudo, um dos mais populares personagens de cinema, especialmente em fins da década de 30, com a chegada, como personagem, de Basil Rathbone, mais conhecido pelos papéis de vilão e que aqui se transforma no perfeito detective numa série de filmes. Apenas um novo intérprete, no ecrã de televisão, Jeremy Brett, conseguiria alcançar o mesmo nível de popularidade, pelo menos entre os mais ortodoxos admiradores das adaptações das obras de Conan Doyle. Outras, porém, procuravam uma espécie de variação, tentando uma percepção mais atenta da personagem do que a que servira de inspiração do autor. A mais interessante, procurando uma abordagem quase psicanalítica de uma personagem construída de forma ‘puritana’, da época em que surgiu, é a de Billy Wilder em “A Vida Íntima de Sherlock Holmes”, feito em 1970."
"A grande expectativa de uma nova abordagem da famosa personagem aparece com esta versão no novo filme de Guy Ritchie, de quem muitos salientam o facto de ter sido casado com Madonna vários anos e, como isso ou por causa disso, esquecerem geralmente o seu trabalho de realizador, caracterizado por um tipo de acção que se destaca por um estilo de truculência nas personagens marginais, e um estilo provocante, se não mesmo chocante, de que são exemplos filmes como “Um Mal Nunca Vem Só”, “Snatch, Porcos e Diamantes” e “RocknRolla”. Curiosamente, “Sherlock Holmes” foge um pouco ao estilo a que estamos habituados, o que corresponde antes de mais a um compromisso. Quer isto dizer que este filme evita, em parte, aquilo a que nos habituaram os filmes anteriores."
"A personagem de Sherlock, tal como é apresentada, procura ser mais moderna e audaciosa (na acção, especialmente com a sequência inesperada para quem conhece a ‘história’ do herói, que é a da luta de pugilismo que já servira de publicidade para chamar a atenção de forma insólita), o que se materializa principalmente na escolha do intérprete, e do seu famoso comparsa, o doutor Watson, que constituem uma excelente surpresa, com as figuras mais jovens e insinuantes que representam. Robert Downey Jr. e Jude Law, respectivamente Holmes e Watson, são, neste aspecto, um triunfo, na presença e no talento dos intérpretes. Porém, a mais surpreendente é a segunda, porque Holmes tem as suas manifestações excêntricas e de acção, que correspondem à imagem original das adaptações cinematográficas. A que Jude Law dá a Watson é muito mais sugestiva e acaba com a imagem típica de uma personagem simpática, mas que é geralmente desastrada, se não mesmo idiota, que Holmes acaba por receber de forma mais ou menos condescendente. Aqui é um companheiro ao seu nível na acção e no comportamento, que transforma a narrativa num sucesso."
"Destaque-se ainda como o argumento é construído, onde aparece de forma apenas discreta o famoso doutor Moriarty, que é deixado no final como pretexto para uma nova aventura e filme que se espera." Manuel Cintra Ferreira, Expresso de 26/12/2009