Por Manuel Silva
Um terramoto como o que recentemente ocorreu no Haiti, e que, segundo a imprensa, teve um impacto equivalente a 30 bombas atómicas, se assolasse um país rico e desenvolvido, teria certamente provocado enorme destruição e muitos milhares de mortos, mas no país mais pobre da América Latina, as suas consequências foram bem mais catastróficas. Basta ver a fragilidade da estrutura das casas em Port-Au-Prince para compreender a imensidão da tragédia.
Porque é pobre o Haiti e a esmagadora maioria dos países da América Latina? Porque há ricos? Devido ao capitalismo? Mas onde estão os grandes investimentos capitalistas naquele país? O Haiti e as outras nações pobres e miseráveis da América Latina são-no devido a ditaduras sanguinárias, cleptocratas e corruptas, de direita, tão bem ilustradas no livro "A Festa do Chibo" por Mário Vargas Llosa (o chibo é o antigo ditador da República Dominicana, Trujillo), às guerrilhas que provocam, algumas tão ou mais sanguinárias que os regimes do Chibo atrás mencionado, Pinochet, Jiménez e tantos outros, como são os casos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC ), comunista tradicional, e o Partido Comunista do Perú (PCP), mais conhecido por Sendero Luminoso, de inspiração maoista, bem como à soberba de uma certa burguesia local.
Por pressão de Ronald Reagan, a partir de meados dos anos 80 do século passado as ditaduras direitistas foram caindo na América Central e na América do Sul, abrindo caminho à democracia. No entanto, para além de algumas dessas democracias serem meramente de opereta, em muitos desses países as relações de produção mais parecem pós-feudais ou pré- capitalistas do que capitalistas, com sentido social. Daí que ainda subsistam algumas guerrilhas nalguns locais do continente latino-americano, como são os casos da Colômbia ou do Perú, apesar da morte de Manoel Marolanda, líder das FARC, e da prisão de Abimael Guzzman, o presidente Gonzalo, bem como da maioria da direcção senderista.
No Perú, metade da população vive na miséria. Na Colômbia, além da miséria, pratica-se o terrorismo de estado - como, aliás, Fujimori praticou no Perú. No ano de 2008, às ordens do regime de Uribe, foram assassinados 300 jornalistas colombianos e estrangeiros. Enquanto tais práticas perdurarem, as guerrilhas manter-se-ão vivas. Se os seus dirigentes morrerem ou forem presos, há quem os substitua, o que sempre acontece nos partidos comunistas bem organizados, especialmente quando armados.
Em países onde a democracia funciona e o capitalismo tem um rosto humano, como são os casos do Brasil e do Chile, nem a direita reaccionária nem o messianismo esquerdista ou populista se conseguem impor, pois a pobreza, a miséria e o desemprego baixaram consideravelmente, o nível de vida melhorou bastante e as classes médias já são maioritárias em tais paragens, onde a crise internacional não chegou. No ano passado as economias brasileira e chilena cresceram, respectivamente, 8% e 6%.
Na Venezuela, na Argentina, na Nicarágua, no Paraguai ou no Equador, a exploração desumana tem provocado a vitória eleitoral de uma esquerda populista, pós-marxista. No entanto, a nível económico e social, o progresso é invisível.
O Haiti é um estado falhado. Após uma ditadura de direita, chefiada pelos Duvallier (pai e filho, conhecidos por Papa Doc e Baby Doc), em eleiçõe livres foi eleito mais um populista de esquerda, o Padre Aristide, o qual fez gorar todas as esperanças em si depositadas, pois a miséria aumentou, bem como a corrupção. Eis o que resumidamente explica a desgraça do povo haitiano.
Estes factos provam que a exploração selvagem, o populismo e o esquerdismo só prejudicaram até hoje os povos latino-americanos. Falta experimentar em todo aquele continente a revolução liberal, como diz Vargas Llosa acima mencionado. Essa revolução, reformista e pacífica, está a dar bons frutos no Chile e no Brasil, com a esquerda liberal, que na prática imita a terceira via de Clinton, Blair ou, não é descabido dizê-lo, apesar de o mesmo não usar o termo, de Barak Obama.
Só aquela revolução tirará o Haiti da miséria e o poderá tornar num país progressivo.
Também em Portugal, só uma umaior liberalização política e económica, progressiva e não conservadora, poderá tirar a pátria da apagada e vil tristeza em que está a cair.
PS: Brevemente publicarei neste blogue um trabalho sobre o Sendero Luminoso.
Porque é pobre o Haiti e a esmagadora maioria dos países da América Latina? Porque há ricos? Devido ao capitalismo? Mas onde estão os grandes investimentos capitalistas naquele país? O Haiti e as outras nações pobres e miseráveis da América Latina são-no devido a ditaduras sanguinárias, cleptocratas e corruptas, de direita, tão bem ilustradas no livro "A Festa do Chibo" por Mário Vargas Llosa (o chibo é o antigo ditador da República Dominicana, Trujillo), às guerrilhas que provocam, algumas tão ou mais sanguinárias que os regimes do Chibo atrás mencionado, Pinochet, Jiménez e tantos outros, como são os casos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC ), comunista tradicional, e o Partido Comunista do Perú (PCP), mais conhecido por Sendero Luminoso, de inspiração maoista, bem como à soberba de uma certa burguesia local.
Por pressão de Ronald Reagan, a partir de meados dos anos 80 do século passado as ditaduras direitistas foram caindo na América Central e na América do Sul, abrindo caminho à democracia. No entanto, para além de algumas dessas democracias serem meramente de opereta, em muitos desses países as relações de produção mais parecem pós-feudais ou pré- capitalistas do que capitalistas, com sentido social. Daí que ainda subsistam algumas guerrilhas nalguns locais do continente latino-americano, como são os casos da Colômbia ou do Perú, apesar da morte de Manoel Marolanda, líder das FARC, e da prisão de Abimael Guzzman, o presidente Gonzalo, bem como da maioria da direcção senderista.
No Perú, metade da população vive na miséria. Na Colômbia, além da miséria, pratica-se o terrorismo de estado - como, aliás, Fujimori praticou no Perú. No ano de 2008, às ordens do regime de Uribe, foram assassinados 300 jornalistas colombianos e estrangeiros. Enquanto tais práticas perdurarem, as guerrilhas manter-se-ão vivas. Se os seus dirigentes morrerem ou forem presos, há quem os substitua, o que sempre acontece nos partidos comunistas bem organizados, especialmente quando armados.
Em países onde a democracia funciona e o capitalismo tem um rosto humano, como são os casos do Brasil e do Chile, nem a direita reaccionária nem o messianismo esquerdista ou populista se conseguem impor, pois a pobreza, a miséria e o desemprego baixaram consideravelmente, o nível de vida melhorou bastante e as classes médias já são maioritárias em tais paragens, onde a crise internacional não chegou. No ano passado as economias brasileira e chilena cresceram, respectivamente, 8% e 6%.
Na Venezuela, na Argentina, na Nicarágua, no Paraguai ou no Equador, a exploração desumana tem provocado a vitória eleitoral de uma esquerda populista, pós-marxista. No entanto, a nível económico e social, o progresso é invisível.
O Haiti é um estado falhado. Após uma ditadura de direita, chefiada pelos Duvallier (pai e filho, conhecidos por Papa Doc e Baby Doc), em eleiçõe livres foi eleito mais um populista de esquerda, o Padre Aristide, o qual fez gorar todas as esperanças em si depositadas, pois a miséria aumentou, bem como a corrupção. Eis o que resumidamente explica a desgraça do povo haitiano.
Estes factos provam que a exploração selvagem, o populismo e o esquerdismo só prejudicaram até hoje os povos latino-americanos. Falta experimentar em todo aquele continente a revolução liberal, como diz Vargas Llosa acima mencionado. Essa revolução, reformista e pacífica, está a dar bons frutos no Chile e no Brasil, com a esquerda liberal, que na prática imita a terceira via de Clinton, Blair ou, não é descabido dizê-lo, apesar de o mesmo não usar o termo, de Barak Obama.
Só aquela revolução tirará o Haiti da miséria e o poderá tornar num país progressivo.
Também em Portugal, só uma umaior liberalização política e económica, progressiva e não conservadora, poderá tirar a pátria da apagada e vil tristeza em que está a cair.
PS: Brevemente publicarei neste blogue um trabalho sobre o Sendero Luminoso.