29.8.10

Contra a lapidação, marchar, marchar. Eis o programa para a tarde de hoje, em Lisboa: umas dezenas de ‘humanistas’ vão protestar contra a lapidação de uma mulher no Irão. Para que servem estes cortejos? Para travar a barbárie?

Duvidoso. Estas selvajarias, recorrentes no Islão ‘pacífico’, só se travam pelo fim dos regimes teocráticos que reinam por lá. E a menos que haja um milagre interno (uma vitória da oposição; um movimento ‘iluminista’ dentro do Islão; o repúdio expresso da herança Khomeini; e etc.), o fim destes regimes consegue-se por intervenção externa.

Estarão os manifestantes desta tarde interessados em repetir as aventuras do cowboy Bush – o mesmo cowboy que eles insultavam com iguais protestos públicos? Cortejos contra a lapidação, de preferência com câmaras de tv por perto, são formas de vaidade: o manifestante abre a gabardine e, em pose exibicionista e masturbatória, mostra ao mundo o tamanho da sua compaixão. Entre a pornografia iraniana e as pornografias lisboetas que se preparam por aí, não sei qual me repugna mais. [aqui]