Todos os Outros
Título original: Alle Anderen
De: Maren Ade
Argumento: Maren Ade
Com: Birgit Minichmayr, Lars Eidinger
Género: Drama
ALE, 2008, Cores, 119 min.
Título original: Alle Anderen
De: Maren Ade
Argumento: Maren Ade
Com: Birgit Minichmayr, Lars Eidinger
Género: Drama
ALE, 2008, Cores, 119 min.
"Há cinco anos que não tínhamos notícias de Maren Ade, jovem alemã que venceu o IndieLisboa 2005 com uma primeira obra mediana (“The Forest for the Trees”) — era um estudo, num tom um tanto lacrimante, do calvário de uma professora do liceu cujas boas intenções pareciam esbarrar, a cada passo, na incompreensão de ‘todos os outros’ (alunos, colegas, vizinhos...). Agora, com “Todos os Outros”, seu segundo filme, Maren Ade mantém o seu apego a um tema (o da incomunicabilidade), jura fidelidade a um olhar descritivo que procura abolir a distância para aderir à vida das personagens, renova os seus votos de confiança numa mise en scène minimalista que rejeita a narração literária e que encontra na elipse a sua principal figura de estilo, mas renega — felizmente — o tom choroso da primeira obra."



"Estamos, como é bom de ver, num território contaminado por uma tradição (a da ‘autópsia conjugal’) que vai de Roberto Rossellini (“Viagem em Itália”) a Ingmar Bergman (“Cenas da Vida Conjugal”), passando, recentemente, por Nobuhiro Suwa (“Un Couple Parfait”) ou Nuri Bilge Ceylan (“Climas”). Ora, perante essa tradição, o contributo dado pelo filme de Maren Ade — que, digamo-lo desde já, é um contributo mais verbal do que cénico — consiste, sobretudo, na exposição da natureza infantil do casal pós-moderno (não é por acaso, também, que o filme abre com um jogo de mimese entre uma criança e um adulto). De facto, aqui há, não duas personagens adultas que se vão confrontando, mas duas crianças perdidas (ele mais do que ela) que se recusam a crescer. Daí, talvez, aquele final em aberto, mais patético do que trágico, que nos obriga a pensar naquela casa, menos como um ringue de boxe do que como um infantário." Vasco Baptista Marques, Expresso de 18/09/2010