27.10.10

O candidato presidencial da Esquerda não tem uma palavra reconhecida e reconhecível sobre um documento central do nosso futuro colectivo [Orçamento de Estado]. Isto percebe-se? Obviamente, percebe-se: se tivesse conservado a sua ‘independência’ e uma higiénica distância do PS socrático, Alegre poderia emergir nestes tempos sombrios como o salvador ideal de um país desesperado e analfabeto. Só que a ambição foi maior do que Alegre, que se entregou às sereias para ser enxovalhado e castrado por elas.

O Alegre que hoje existe é um morto-vivo: ele fala, ele mexe-se, ele voga por aí – mas ninguém o ouve, ninguém o vê, ninguém conta com ele para nada. Dividido entre as mentiras do PS e as loucuras do Bloco, Alegre é a primeira vítima de um Orçamento que promete fazer várias. [mais]