Katalin Varga
Título original: Katalin Varga
De: Peter Strickland
Argumento: Peter Strickland
Com: Hilda Péter, Tibor Pálffy, Norbert Tankó, Melinda Kantor
Género: Drama, Thriller
Classificação: M/12
GB/HUN/ROM, 2009, Cores, 84 min.
Título original: Katalin Varga
De: Peter Strickland
Argumento: Peter Strickland
Com: Hilda Péter, Tibor Pálffy, Norbert Tankó, Melinda Kantor
Género: Drama, Thriller
Classificação: M/12
GB/HUN/ROM, 2009, Cores, 84 min.
"Há neste filme uma tão grande atenção aos espaços naturais e aos ruídos dos pássaros, da água e dos bichos que quase se diria que o caminhar errático de uma mulher e um miúdo numa carroça que vai, paulatina, por aí fora é o que de menos vivo está em todo aquele quadro. A única coisa que nos leva a não considerar plausível essa suposição é o rosto da mulher, a beleza e a determinação que lhe lemos nos olhos, um desafio feminil. Primeiro nem sabemos bem ao que vai — apenas que, escorraçada pelo marido quando este soube que o filho não era seu, sai de casa com o rapazito, a quem vai entretendo com mentiras pouco elaboradas, como se nem a ele quisesse enganar deveras. Contudo, quando mata um homem, e ficamos a saber porquê — o que fará dela uma perseguida —, o filme como que se carrega de uma densidade que já nada tem de contemplativa da irradiação da vida em todas as coisas. Pelo contrário, “Katalin Varga” torna-se uma história de vingança em que a protagonista traz a morte consigo e atrás de si. E algo de violentamente negro começa a estremecer."
"Lá muito para diante, há uma sequência em que a protagonista narra a forma hedionda como experimentou, anos atrás, uma violação. Com uma meticulosidade não isenta de emoção, ela descreve a abominação sofrida a um feliz casal de camponeses honrados. O homem foi, todavia, o violador. A mulher nem sonha que o marido tenha sido, um dia, capaz disso. A perturbação moral naquelas três pessoas é tão incomum que, se mais não houvesse, já justificaria que se fosse atrás deste filme, conhecer um realizador talentoso (o britânico Peter Strickland — estreante) e uma atriz que é fácil não esquecer (Hilda Péter, outra estreante). Produzido quase sem dinheiro, rodado nos Cárpatos da Transilvânia, falado em húngaro, coprodução anglo-romena — e não é um europudding, é um filme de autor, a mais aparatosa revelação do ano." Jorge Leitão Ramos, Expresso de 18/12/2010