Habemus Papam - Temos Papa
Título original: Habemus Papam
De: Nanni Moretti
Com: Michel Piccoli, Nanni Moretti, Renato Scarpa, Jerzy Stuhr
Género: Drama, Comédia
Classificação: M/12
Outros dados: ITA/FRA, 2011, Cores, 105 min.
Título original: Habemus Papam
De: Nanni Moretti
Com: Michel Piccoli, Nanni Moretti, Renato Scarpa, Jerzy Stuhr
Género: Drama, Comédia
Classificação: M/12
Outros dados: ITA/FRA, 2011, Cores, 105 min.
"De todas as instituições de poder, o Vaticano tem uma das cúpulas mundiais, mas o seu chefe é o único que não parte de uma candidatura, de uma assumida vontade pessoal. O Papa é eleito pelos cardeais reunidos em conclave, supostamente inspirados pelo Espírito Santo — a sua designação, uma consagração: entre pares, Deus escolhe. E se o escolhido por Deus não encontrar dentro de si méritos para o cargo? Se, perscrutando a sua alma, disser para si mesmo ‘ eu não sou capaz’? É dessa situação que Moretti parte para um dos seus filmes mais ousados e arriscados porque encena um bloqueio anímico e porque o seu humor se defronta com a púrpura cardinalícia e com o branco do papado. Não há, todavia, escárnio no olhar que Moretti lança sobre os interiores do Vaticano, nem quando encena a – impensável – entrevista do Papa que se recusa a sê-lo com o psicanalista que deve curá-lo dessa doentia indecisão, nem quando o põe em fuga por Roma, confessando uma antiga vontade de ser ator (e, dessa feita, convidando-nos a pensar nos rituais do espetáculo a que todo o Poder se entrega — e o papado mais que todos). Nem mesmo quando os cardeais confinados ao Vaticano — o mundo não pode saber a verdade de um Papa que não quer o cargo, os cardeais não podem saber que ele está em fuga, só Deus sabe onde, Roma fora — se entregam a um campeonato de voleibol, na invariável cena de desporto que todos os filmes de Moretti têm… Porque, finalmente, este filme não é uma sátira, é uma reflexão sobre a recusa do Poder numa época em que todos nele se embriagam."
"Todos? Nem por isso: o velho cardeal que Michel Piccoli interpreta com uma comovente dignidade preferia que o deixassem fazer Tchekhov..." Jorge Leitão Ramos, Expresso de 26/11/2011