30.5.05

AINDA O DÉFICE
SANTANA LOPES "RECONHECE" QUE FUGIU À VERDADE
Por Manuel Silva

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Pedro Santana Lopes, em artigo publicado no DN de 29/5/2005, afirma que Sócrates sabia antes das eleições que o défice poderia ser de 6%, no mínimo.

Tem toda a razão. José Sócrates tinha conhecimento de que o défice era maior do que na altura diziam os números oficiais. Aliás, vários economistas o afirmaram, pelo que prometeu o que não cumpriu, especialmente no não aumento de impostos então apregoado.

Por outro lado, Santana Lopes "reconhece" que o seu OGE para 2005 era meramente fictício e que o défice real não era o que afirmava.

Recordamos que quando Santana Lopes foi empossado na qualidade de primeiro-ministro, a economia tinha um crescimento positivo há 4 trimestres. De seguida, entrou em recessão. Durante os 8 meses que chefiou o governo, as despesas públicas aumentaram muito mais que no mesmo período do ano anterior. Estes factores foram determinantes para o défice presente.

Afinal, a situação não era tão boa como o Dr. Santana Lopes a pintava. A austeridade não tinha terminado. Antes pelo contrário.

Aumentar défices é uma especialidade de Santana Lopes. O mesmo aconteceu nas CMs da Figueira da Foz e de Lisboa.

Dir-se-ia que perdeu uma boa oportunidade de estar calado. Como estamos num país livre, não se deve ir por aí, pois até o disparate é igualmente livre.


CAVACO, PAI DO MONSTRO?
Por Manuel Silva

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Miguel Cadilhe, ex-ministro das Finanças de governos de Cavaco Silva, vem agora afirmar que o seu ex-chefe de governo é o "pai do monstro das despesas com a administração pública", em consequência das alterações então operadas quanto ao estatuto remuneratório dos funcionários públicos.

Redordamos:

1º - nesse ano (1989) ainda Cadilhe era ministro das Finanças.

2º - aproveitando a boa situação económica e financeira, Cavaco Silva fez tais alterações, tendo em vista melhores vencimentos dos funcionários públicos e alargamento do respectivo leque salarial, premiando o mérito. Quererá Cadilhe um sistema albanês de vencimentos como o que existia no tempo de Enver Hodxa?

3º - Aquelas alterações não fizeram a despesa pública chegar a quase metade da riqueza criada, como se verifica actualmente. Se a memória não nos falha, com Cavaco as despesas nunca chegaram a 40% do PIB.

4º - Com as reformas operadas por Cadilhe no IRS e no IRC, os impostos aumentaram para as empresas e as pessoas singulares, o que esteve, em parte, na origem da derrota do PSD nas autárquicas de 1989.

5º - Cadilhe não gostou de após tais eleições ser substituido por Miguel Beleza, um grande ministro das Finanças, que voltou a baixar os impostos e deu uma grande ajuda à conquista da segunda maioria absoluta dos sociais democratas em 1991.

6º - Miguel Cadilhe, quando ministro das Finanças, procedeu a uma troca de casas, atribuindo um valor muito elevado à que vendeu, assim se livrando de pagar sisa. Seguidamente, baixou a isenção da mesma sisa para um valor inferior ao equivalente à diferença registada na compra e venda das ditas casas.

O que fará correr este senhor? O futuro o dirá...