Título original: Kirikou et les Bêtes Sauvages
De: Bénédicte Galup
Com: Robert Liensol (Voz), Pierre-Ndoffé Sarr (Voz), Michel Ocelot
Género: Ani
Classificação: M/6
FRA, 2005, Cores, 75 min.
"Não é preciso percorrer a lista dos títulos comercialmente estreados em Portugal no ano que agora finda para perceber que a oferta no domínio do cinema de animação está longe de primar pela diversidade. De facto, exceptuando uma longa de co-produção europeia (Renascimento) e duas curtas de produção nacional (História Trágica com Final Feliz e Porca Miséria), aquilo que em 2007 até nós chegou em matéria de cinema de animação foi (quase sempre) mais do mesmo, isto é: uma série de filmes em 3D «made in USA» que — comungando de um universo estético uniformizado, de estruturas narrativas invariáveis e de um sentido de humor padronizado — começam a tornar-se indiscerníveis entre si."
"Neste sentido, saúda-se a estreia em Portugal de Kirikou, uma longa de animação francesa de Bénédicte Galup e Michel Ocelot que procura na tradição do 2D a especificidade do seu universo estético e que encontra na mitologia africana o seu ponto de referência narrativo. Mas, que fique claro: apesar do fascínio que possam provocar o carácter artesanal do seu grafismo e a voluntária ingenuidade da sua história, este filme constitui apenas um modesto exemplo do bom cinema de animação que ainda se vai fazendo fora de Hollywood."

"Digamos, pois, que este simpático Kirikou é um pouco como os velhos 33 rotações: uma espécie obsoleta e à beira da extinção que ainda é capaz de nos devolver (em virtude de um salto da agulha no «pickup» ou de uma imperfeição no desenho) a um mundo que sabia conviver com a sua própria impureza. Em nome da infância (e da nostalgia que dela temos) não lhe diremos que não."
Vasco Baptista Marques, Expresso de 22/12/2007
Vasco Baptista Marques, Expresso de 22/12/2007