Luís Filipe Menezes quer que o governo nomeie Miguel Cadilhe presidente da Caixa Geral de Depósitos caso se verifique a saída de Santos Ferreira, uma vez que o actual CEO da Caixa é apontado como futuro CEO do grupo Millennium BCP. Em abono da sua tese, citou tempos pretéritos: o patrão da Caixa era escolhido no interior do maior partido da oposição. Foi realmente assim durante mais de vinte anos. Sucede que Cadilhe foi administrador do BCP depois de 1999, e o Banco de Portugal fez saber que estão sob investigação todos os gestores que passaram pela administração do BCP a partir de Janeiro de 1999. E ainda não sabemos o resultado da auditoria em curso na SEC, um sobressalto adicional e uma consequência directa de o BCP estar cotado na Bolsa de Nova Iorque. Isso faz deles culpados? Não. Mas, enquanto o pau vai e vem, Miguel Cadilhe, como os outros cavalheiros com o mesmo handicap, não tem condições objectivas para presidir a coisa nenhuma. Menezes vive na lua?