18.2.10

O PSD TEM DOIS CAMINHOS A ESCOLHER
Por Manuel Silva



Conhecidos que são os candidatos à liderança do Partido Social Democrata (PSD), os seus militantes têm dois caminhos a escolher: evolução na continuidade, como diria Marcelo Caetano, ou a mudança e a adaptação aos novos tempos e realidades sociais.

Escolher Aguiar Branco ou Paulo Rangel é apostar no primeiro daqueles caminhos, pois ambos foram destacados membros da Comissão Política Nacional do Partido, liderada por Manuela Ferreira Leite. Nem só esta é responsável por uma das maiores derrotas de sempre do PSD, nas últimas legislativas, apesar de a população viver pior que em 2005 e as finanças públicas já estarem a caminho do caos actual, em consequência da política do PS e de Sócrates, mas também quem a rodeava.

O argumento de que Paulo Rangel foi o grande vencedor das eleições para o Parlamento Europeu também não cola na actual situação. Rangel derrotou Vital Moreira, um péssimo candidato, e não José Sócrates. Por outro lado, quando aquele deputado ao P.E. fala de ruptura, só o faz relativamente à actual política governamental e não ao situacionismo que se vive no PSD. Em recente entrevista ao “Público”, as ideias que apresentou são uma cópia fiel do programa eleitoral (derrotado) de Manuela Ferreira Leite. Apesar de ter colaborado, como independente, com o CDS, quando este assumiu uma faceta liberal sob a direcção de Lucas Pires, em meados dos anos 80 do século passado, foge do liberalismo como o diabo da cruz e, relativamente ao estado social, defende algumas pequenas mudanças de cosmética para que o essencial daquele continue na mesma.

As entrevistas concedidas por Aguiar Branco são a prova cabal de que não tem uma ideia geral (nem mesmo sectorial) sobre o futuro do partido e do país.

Votar nestes candidatos é ajudar o PS a perpetuar-se no poder, com ou sem Sócrates na sua liderança, e continuar a encaminhar o PSD para o abismo.

A mudança no partido e contra a política socialista passa pelas ideias liberais inclusivas de preocupações sociais relativamente aos velhos e novos pobres defendidas por Pedro Passos Coelho.

A diminuição do peso do Estado na economia, a aposta na iniciativa privada, através de pequenas e médias empresas, mas também de grandes grupos económicos, a baixa de impostos como forma de atrair o investimento; a reforma do estado-providência, como via fundamental de diminuição das despesas orçamentais e da dívida pública, pondo-o essencialmente ao serviço dos mais desfavorecidos; a garantia a todos os portugueses de liberdade de escolha (pública ou privada) no acesso às prestações e bens sociais como a educação, a saúde ou a segurança social, constituem o essencial da base da candidatura de Passos Coelho, susceptíveis de tornar novamente o Partido Social Democrata na força reformista capaz de derrotar as políticas socialistas, combater a crise política, social e económica presente e edificar um Portugal moderno, próspero e com justiça social.