Noite e Dia
Título original: Bam gua nat/Night and Day
De: Hong Sang-Soo
Com: Kim Young-ho, Park Eun-hye, Hwang Su-jung
Género: Drama
Classificação: M/12
Coreia do Sul, 2008, Cores, 145 min.
Título original: Bam gua nat/Night and Day
De: Hong Sang-Soo
Com: Kim Young-ho, Park Eun-hye, Hwang Su-jung
Género: Drama
Classificação: M/12
Coreia do Sul, 2008, Cores, 145 min.
"CINCO DIAS depois de o seu novo trabalho (“Ha ha ha”) ter vencido o “Un Certain Regard” de Cannes 2010, Sang-soo chega, por fim, às salas portuguesas. O acontecimento, esse, só peca por tardio. Por duas razões: porque foi preciso esperar 14 anos para que o público descobrisse a obra de um dos mais consistentes cineastas asiáticos da sua geração, mas também porque o filme que a partir desta semana podemos ver (“Noite e Dia”, o seu oitavo) estreia por cá com dois anos de atraso em relação à sua première."
"Passemos ao que interessa. O que temos aqui? Um filme que trata de confirmar Sang-soo como o mais francófilo (e rohmeriano) dos cineastas sul-coreanos. É, de resto, em Paris que aterramos, no primeiro plano de “Noite e Dia”, para acompanharmos a bizarra odisseia de Kim Sung-nam, um pintor e professor sul-coreano na casa dos 40 que, depois de um ataque de pânico, decide deixar para trás o seu país e a família para escapar às invisíveis garras da polícia. O caso não é para menos: afinal, Kim cometeu o indesculpável pecado de fumar um charro com os alunos..."
"O que se segue é um olhar sobre a experiência de desenraizamento e de reenraizamento do protagonista — no espaço e nos afectos — que a mise en scène de Sang-soo vai detalhando por intermédio das suas constantes elipses narrativas (o filme está estruturado, aliás, como um imenso diário de viagem impressionista que fosse sendo escrito ao sabor das circunstâncias). Haverá infinitos jogos de sedução, e os diálogos governarão as acções (é a costela rohmeriana de Sang-soo). Pelo menos, até ao surgimento daquele improvável posfácio, que, embora pareça subverter todas as evidências, talvez mais não faça do que esclarecer o óbvio, isto é, que a sensação de desenraizamento é qualquer coisa que nasce em casa." Vasco Baptista Marques, Expresso de 29/05/2010