4.12.10

Jogo Limpo
Título original: Fair Game
De: Doug Liman
Com: Naomi Watts, Sean Penn, Ty Burrell
Género: Acção, Biografia
Classificação: M/12
EUA, 2010, Cores, 104 min.

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"O caso é sério e público. A administração Bush estava determinada a invadir o Iraque a qualquer custo. Inventou, como argumento, as armas de destruição maciça que Saddam Hussein supostamente possuiria. E quando os serviços de informações relatavam o contrário, ignorou esses relatórios. Um deles foi o informe de um ex-embaixador, Joseph Wilson, casado com Valerie Plame, uma agente operacional da CIA que geria redes de informadores em países sensíveis. Quando Wilson viu a guerra acontecer e o seu relatório oculto, escreveu um artigo no “New York Times” a denunciar o facto. A Casa Branca, em retaliação, destilou para os jornais que a mulher era agente da CIA, tentando fazer dele um mero joguete nas mãos dela. E manipulou a opinião pública no sentido de os destruir como inconfidentes."



"Do que foi a luta de Valerie Plame e Joseph Wilson com a administração Bush constam as crónicas, alguns livros — e este filme. Acabou com a condenação de altos funcionários governamentais — penas que Bush se apressou a comutar. “Jogo Limpo” é a descrição dos factos ocorridos, com uma singularidade nas americanas ficções liberais de denúncia: nem Valerie nem Joseph são ativistas anti-Bush, tudo indica tratarem-se de fiéis funcionários governamentais, com missões difíceis e um muito apurado sentido do dever de lealdade. Ou seja, ao invés do que é usual neste tipo de filmes (como “Os Homens do Presidente” ou “Os Três Dias do Condor”), não há uma causa por que os protagonistas lutem, apenas desejam uma reposição da verdade que os ilibe de responsabilidades. “Jogo Limpo” aproxima-se mais de um thriller do género ‘falso culpado’ que de uma ficção política. Doug Liman que, como realizador e produtor, fez carreira sobretudo em filmes de ação (a série Bourne, “Mr. & Mrs. Smith”), tira razoavelmente as castanhas do fogo numa fita que muito assenta no trabalho de Naomi Watts e Sean Penn." Jorge Leitão Ramos, Expresso de 04/12/2010