30.9.04

A Vila
Título original: The Village
De: M. Night Shyamalan
Com: Adrien Brody, Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, William Hurt
Género: Dra, Thr
Classificacao: M/12
EUA, 2003, Cores, 108 min.

«O cinéfilo conhece bem o nome de Jacques Tourneur, aquele que foi o maior autor do cinema fantástico, no que de mais puro tem o sentido do termo: o que se desenvolve na própria mente do espectador através da sugestão, sem recurso a sofesticados efeitos especiais, fazendo nascer o medo das sombras e não do visto».

«A Vila começa com um enterro. Até aqui nada de invulgar. Mas a pouco e pouco vamos sabendo que toda aquela gente, que vive numa pacífica e intemporal comunidade rural, está marcada pela dor e o sofrimento, e que a vila que habitam está cercada pelo Mal. "Aqueles de quem não falamos" são misteriosos seres que vivem na floresta que rodeia a vila e com os quais os habitantes têm um "pacto": os primeiros não invadem a vila e os habitantes desta não entram na floresta e destroem tudo o que tenha a cor "maldita", o vermelho, a cor do sangue».

«Uma obra prima do cinema fantástico».

(Manuel Cintra Ferreira, in, Expresso de 25/09/2004)

29.9.04

A POLÍTICA DO GOVERNO E A ELEIÇÃO DO SECRETÁRIO GERAL DO PS

O governo lançou e projectou algumas medidas positivas, embora decorrentes do programa com que Durão Barroso foi eleito em 2002.

São os casos da nova lei do arrendamento, que é justa para os senhorios e para os inquilinos mais desfavorecidos, dentro da lógica da conciliação do direito à propriedade com políticas sociais, que sempre foi apanágio da social democracia portuguesa, concebida por Sá Carneiro, ou da diferenciação no pagamento dos actos médicos mediante escalões de rendimentos, pois como se sabe, o SNS, contrariamente ao que dizem personalidades de esquerda, está longe de ser satisfatório e é muito caro. Para ter qualidade, quem pode deverá pagar mediante as suas posses, ficando isentos de tal pagamento os mais desfavorecidos. No nosso entender, no entanto, tais encargos com a saúde deverão ser sempre utilizados para abatimentos fiscais.

Estas medidas e reformas estruturais é que permitirão, dado baixarem as despesas públicas, diminuir os impostos, para reanimar a economia e retomar a convergência real com os nossos parceiros comunitários.

Pergunta-se: é preferível suportar menos impostos e desembolsar algum dinheiro para pagar a assistência na doença, ou ter saúde tendencialmente gratuita, mas de deficiente qualidade e pagar mais impostos? É que os impostos são sempre pagos, esteja-se ou não doente. As consultas e demais actos médicos, como diria o Senhor de la Palisse, só se pagam quando se está doente. Há que ter também em conta os doentes crónicos.

Para que tais medidas sejam justas do ponto de vista social, é necessária uma reforma profunda do fisco, por forma a combater a fraude e evasão fiscais.

Se estas decisões são positivas, não se vê, no entanto, uma linha de rumo coerente na acção governamental. O primeiro-ministro e os ministros desmentirem-se e desautorizarem-se são o pão nosso de cada dia. Veja-se o que pelos governantes é dito acerca da GALP, das taxas moderadoras (parece haver aqui um recuo) ou o início do ano lectivo.

O maior protagonismo tem cabido aos ministros do CDS. Concorde-se ou não com a despenalização do aborto, o radicalismo de Paulo Portas só tem paralelo com o radicalismo da Womem on Waves ou Francisco Louçã. A argumentação e os navios de guerra que utilizou ridicularizaram pura e simplesmente o Estado.

À boa maneira guterrista, lançam-se umas ideias impensadas para o ar, a ver "se pegam". Caso deparem com dificuldades, recua-se. De reformas importantes na educação (restabelecimento da autoridade dos professores, aposta na qualidade), ou na formação profissional nem se ouve falar. Apesar de se falar de rigor, admite-se a ultrapassagem dos 3% do défice relativamente ao PIB, já este ano e no próximo, porque recuou, à excepção do arrendamento e das taxas moderadoras - aqui também há alguns zig-zagues - o ímpeto reformista iniciado com Durão Barroso.

Confirma-se o que gente avisada dizia de Santana Lopes. Não tem uma ideias ou projecto para o País. Fala sem saber e, pior, não tem, ao que se vê, ninguém que o corrija. Existem alguns ministros competentes, mas quase todos fora da sua área. Daí a falta de confiança e a baixa do PSD em todas as sondagens. É tempo de os PSDs acordarem. Ou ainda não pressentem um tempo de fim?

No PS, ganhou, a liderança, como era previsível, Sócrates. Após a saída de Mário Soares da liderança, a opção das bases socialistas foi por candidatos da ala esquerda (Vitor Constâncio e Jorge Sampaio). Porque viram não conseguirem assim chegar ao poder, escolheram, posteriormente, António Guterres. Depois do falhanço de mais um líder da esquerda socialista, Ferro Rodrigues, aquelas bases convenceram-se de que só regressarão ao poder com um moderado como José Sócrates, tendo rejeitado as outras opções, agarradas a um socialismo tradicional que está claramente ultrapassado.

Sócrates tem grande experiência política e, reconheço, foi um bom ministro do ambiente. Creio que não será tão bom como líder partidário e primeiro-ministro. Apesar de mais moderado que os seus antagonistas e de aceitar uma economia aberta e competitiva, mantém a defesa de um estado social caro e anquilosado, cujos efeitos práticos são o contário das boas intenções de quem o defende, pois impedem a saída do atraso económico e social. É bom recordar que se houve algum socialismo que deixou Portugal em más condições foi o socialismo "light" de Guterres, com o qual Sócrates esteve comprometido.

Por outro lado, como Santana Lopes, não tem um projecto assente em bases sólidas.

São estes os políticos de plástico a quem está entregue o nosso futuro. As consequências da sua acção não serão as melhores. Resta a esperança de que as elites sintam a necessidade patriótica de regressaram ao comando da política, invertendo a situação decadente já perceptível.

Por Manuel Silva

28.9.04

Teoria da Cunha (ainda a colocação dos professores)...



Texto que recebemos por e-mail, retirado do fórum do semanário Expresso:

«Trata-se da Compta, cujo presidente é o meu amigo Vitor Magalhães, pelo que sei o que se passa.

Em primeiro lugar o Vitor é padrinho do filho mais velho do Bagão Felix. Em segundo lugar, o anterior ministro encomendou o programa e testou-o, tendo verificado que funcionava muito bem. Em terceiro lugar, a nova ministra resolveu mudar a matriz inicial 3 dias antes do arranque do concurso, sabem o que ela quis alterar? Criou um código especial, que desde o momento que fosse anexado a um professor, automáticamente ser-lhe-ia atribuida a escola da 1ªpreferência. Uma espécie de cunha informática, percebem? Só que a alteração à última hora deu cabo do algorritmo central e bye, bye programa.

Os comentadores deste forúm apelaram para que eu dissesse algo mais acerca da negociata Compta/PSDPP, mas pouco mais se pode acrescentar, excepto:

- Verifiquem as colocações da Escola EB 2+3 da Murtosa.

- Verifiquem as colocações da Escola Secundária Rodrigues de Freitas no Porto.

- Verifiquem as colocações na escola Renato Amorim em Setubal.

Ou então, verifiquem os pagamento no valor de 325.652,00 à Compta em Maio de 2004, mais um pagamento de 658.321,00 em Julho de 2004, e mais aberrante ainda, o pagamento da última tranche do contrato de desenvolvimento de 987.325,00 no dia 20 (VINTE) de Setembro de 2004.

Mais informo que o contrato de assitência no valor de 250.000,00 euros anuais tem a duração de 15 anos. Para terminar, informo V. Exªs que o David Justino tem uma participação de 30 por cento na Compta através da holding 'International financial investiments PLC' com sede nas ilhas Cayman»
.

27.9.04

A Vida é Um Milagre
Título original: Life Is a Miracle
De: Emir Kusturica
Com: Natasa Solak, Slavko Stimac, Vesna Trivalic
Género: ComRom
Classificacao: M/12
FRA/JUG, 2004, Cores, 155 min.



«Bósnia, 1992. Luka, um engenheiro sérvio de Belgrado, vai com a mulher, Jadranka, cantora de ópera, e o filho, Milos, para uma aldeia no meio do nada, para ajudar a construir uma linha de caminhos-de-ferro que transformará a região num local de turismo.

Cego pelo seu optimismo natural, não presta atenção aos rumores sobre a guerra que se avizinha, cada vez mais persistentes. Mas quando eclode o conflito, a sua vida desmorona-se. Jadranka desaparece com um músico, Milos é chamado para combate.
Sempre optimista, Luka espera o regresso da mulher e do filho, mas Jadranka não volta e Milos é feito prisioneiro. Os sérvios confiam então a guarda de Sabaha, uma refém muçulmana, a Luka, que deverá servir de moeda de troca para recuperar Milos.

Mas Luka rapidamente se apaixona por Sabaha. "A Vida é um Milagre", último filme de Emir Kusturica, estreado internacionalmente no Festival de Cannes, é um "Romeu e Julieta" nos Balcãs, com banda sonora da No Smoking Orchestra, banda do realizador».

(in, Público)

«Em que se funda a marca de Emir Kusturica? No gosto pelo caos, pelo excesso, pela respiração galopante das metáforas freneticamente balanceadas por uma música exaltante e melancólica alicerçada no paradoxo da felicidade conviver com a consciência do aniquilamento (música para casamentos e funerais, na peculiar definição de Goran Bregovic, seu cúmplice e essencial parceiro de criação até Underground, de 1995). É um cinema onde, mais que o gosto de contar histórias se reflecte uma criatividade vulcânica, carnal, grotesca, sardónica, frequentemente menos carpinteirada pela lógica narrativa que insuflada por uma espécie de jorro contagiante que tudo arrasta à sua passagem. A nós também, a nós espectadores, reféns voluntários de uma máquina que nos agita a seu bel-prazer, que nos conduz de fio a pavio, acreditando piamente no poder prestidigitador do cinema. Os filmes de Kusturica são um circo com os olhos esgazeadamente postos no real, perplexos».

(Jorge Leitão Ramos, in, Expresso de 25/09/2004)

25.9.04

Foto da semana...



...captada junto a uma janela do Ministério da Educação!

24.9.04

Absolutamente imperdível...



...este blog que «combate a extrema-direita capitalista fascista imperialista filoamericana e individualista insensível».
Exercício...


Outros exercícios aqui.

23.9.04

LIBERALISMO E SOCIALISMO FACE À IGUALDADE

Liberais, socialistas e comunistas têm em comum a recusa do privilégio e a defesa da igualdade.

Todas aquelas ideologias são filhas do iluminismo e do racionalismo, surgindo e afirmando-se contra o absolutismo e o feudalismo, bem como os privilégios que lhes eram inerentes. Há, no entanto, que distinguir o iluminismo e o racionalismo anglo-saxónico dos seus homónimos franceses. Os primeiros, defendiam a síntese entre fé e razão e os segundos caracterizavam-se pelo anti-clericalismo e a negação de Deus, em nome da “deusa razão”.

Liberais, socialistas e comunistas têm em comum a defesa da igualdade de oportunidades e da lei para todos (e de todos perante a lei). Enquanto os vários socialistas têm como essência a igualdade na partida e na chegada, postulando o fim da propriedade e da sociedade sem classes (os comunistas), ou toleravam apenas a pequena e média propriedade (os socialistas mais moderados, que dirigiram a II Internacional), os liberais clássicos, tal como os modernos, entendiam ser a propriedade privada o motor da economia e necessárias as desigualdades na chegada, segundo o mérito, embora conjugadas com a necessária igualdade na partida.

Socialistas e comunistas afirmavam a necessidade de um estado social que assegurasse a todos as mesmas prestações sociais. Os liberais sempre entenderam deverem essas prestações ser garantidas pelo Estado e a sociedade civil, por forma a assegurar uma rede social abaixo da qual ninguém caísse. Numa palavra: o liberalismo consistia no capitalismo regulado pela democracia.

Se é certo ter conduzido o liberalismo económico, no séc XIX, ao capitalismo selvagem, numa deturpação do verdadeiro liberalismo, tal situação foi corrigida com a contribuição teórica de Hayek, Shumpeter e tantos outros liberais do séc XX.

Este último foi século do experimentalismo social. Os regimes comunistas falharam na prática, além de terem conduzido a autênticos infernos, em nome do paraíso terreno. Esse falhanço provou também estar ultrapassado o socialismo democrático na economia, com as suas teses de excessiva estatização. O liberalismo permitiu a criação de sociedades de abundância, nas quais, apesar de existir pobreza, a mesma é minoritária, tendo a maioria das pessoas um nível de vida digno.

Perante aquela realidade, os partidos socialistas abandonaram a estatização da economia, em pouco se diferenciando, neste campo, dos partidos de direita democrática. Resta do socialismo tradicional a defesa do estado social e da distribuição de riqueza pela via fiscal, continuando a ver os impostos como um castigo para quem ganha muito, enquanto um liberal os vê como uma contribuição de todos, proporcionalmente aos seus rendimentos, para assegurar o equilíbrio das finanças públicas e corrigir as desigualdades sociais inerentes a uma economia aberta.

O estado social garantindo a todos, independentemente dos seus rendimentos, as mesmas prestações, é injusto, porque dadas as elevadas despesas, os serviços prestados na saúde ou no ensino serão de fraca qualidade, o que levará quem tem posses a escolher instituições privadas que garantam tais serviços, enquanto quem não tem posses não o poderá fazer, aumentando e não diminuindo, assim, as desigualdades.

Os liberais, hoje, como ontem, defendem a complementaridade social entre o Estado e instituições privadas, fazendo o Estado apenas o que estas não puderem assegurar. Assim, sendo os encargos estatais menores, os impostos também o serão, captando-se investimentos e criando-se riqueza, a qual deverá ser distribuida de acordo com o mérito e o esforço de cada um, sem deixar de procurar a efectivação da tal rede abaixo da qual ninguém caia.

Em Portugal, nunca houve uma tradição liberal forte. Conhecem-se as dificuldades tidas por D. Pedro IV e os liberais para derrotar o seu irmão, D. Miguel, e os absolutistas, no séc XIX. Posteriormente, o jacobinismo da I República, o corporativismo salazarista e o PREC foram momentos nada propícios ao liberalismo. Não há, pois, condições para a existência de um partido liberal, facto que não constitui problema de maior para a afirmação do liberalismo, pois já Von Mises dizia não ser importante criar partidos liberais, mas entrar para os partidos moderados e procurar influenciá-los.

Em Portugal, o partido mais próximo do liberalismo é o PSD. É lá o lugar dos verdadeiros liberais.

Por Manuel Silva (in, TERRAS DE BAROSO, Setembro de 2004)

22.9.04

TESTICLES ON WAVES

O barco tripulado pela organização portuguesa Testicles On Waves abandonou hoje a sua missão na Holanda.

Tendo chegado, uma semana antes, ao limite das águas territoriais Holandesas, este grupo de homens portugueses pretendia libertar as mulheres Holandesas, sendo que neste país elas engravidam muito pouco e existe um enorme número de lésbicas.

O presidente da organização, Zézé Camarinha, fala-nos da sua missão:

"Epá, eu adoro lésbicas... daa-se, quem é que não adora?? Mas desde que um gajo depois possa entrar no meio! Duas mulas suecas aos pinotes e estes frouxos não entram na brincadeira? É uma vergonha pá, é o terceiro mundo. Isto lá na pátria não é assim".

O governo Holandês não permitiu a entrada do barco nas suas águas territoriais, alegando que havia intenção copulatória por parte dos seus tripulantes, usando como prova o elevado nível de testosterona, evidente na cobertura em pêlo do calcanhar até aos ombros de todos os tripulantes.

O Ministro da Defesa enviou mesmo uma fragata para defender o direito das mulheres Holandesas ao lesbianismo. Após uma semana de intensa polémica, Zézé Camarinha, bem como os restantes membros dos Testicles On Waves, mostravam-se conformados:

"Epá, que posso fazer?", perguntava Zézé. "Já deixámos no nosso site informações sobre em que praias do Algarve as Holandesas podem vir arranjar um macho latino. Temos pena que a deslesbianização seja criminalizada neste país. É o terceiro mundo, que mais posso dizer. Lá na praia da Rocha nenhuma lésbica dura mais de dez minutos... heh, ai não, que não...!"

21.9.04


Recebemos de um contribuinte atento o e-mail que passamos a transcrever:

Em cada 100 euros que o patrão paga pela minha força de trabalho, o Estado, e muito bem, tira-me 20 euros para o IRS e 11 euros para a Segurança Social. O meu patrão, por cada 100 euros que paga pela minha força de trabalho, é obrigado a dar ao Estado, e muito bem, mais 23,75 euros para a Segurança Social. E por cada 100 euros de riqueza que eu produzo, o Estado, e muito bem, retira ao meu patrão outros 33 euros.

Cada vez que eu, no supermercado, gasto os 100 euros que o meu patrão pagou, o Estado, e muito bem, fica com 19 euros para si.

Em resumo:

Quando ganho 100 euros, o Estado fica quase com 55. Quando gasto 100 euros, o Estado, no mínimo, cobra 19. Quando lucro 100 euros, o Estado enriquece 33. Quando compro um carro, uma casa, herdo um quadro, registo os meus negócios ou peço uma certidão, o Estado, e muito bem, fica com quase metade das verbas envolvidas no caso.

Eu pago e acho muito bem, portanto exijo: um sistema de ensino que garanta cultura, civismo e futuro emprego para os meus filhos. Serviços de saúde exemplares. Um hospital bem equipado a menos de 20 Km da minha casa. Estradas largas, sem buracos e bem sinalizadas em todo o país. Auto-estadas sem portagens. Pontes que não caiam. Tribunais com capacidade para decidir processos em menos de um ano. Uma máquina fiscal que cobre igualitariamente os impostos.

Eu pago, e por isso quero ter, quando lá chegar, a reforma garantida e jardins públicos e espaços verdes bem tratados e seguros. Polícia eficiente e equipada.

Os monumentos do meu País bem conservados e abertos ao público, uma orquesta sinfónica. Filmes criados em Portugal. E, no mínimo, que não haja um único caso de fome e miséria nesta terra.

Na pior das hipóteses, cada 300 euros em circulação em Portugal garantem ao Estado 100 euros de receita. Portanto, Sr. Primeiro Ministro, governe-se com o dinheirinho que lhe dou porque eu quero e tenho direito a tudo isto.

Um português contribuinte.

20.9.04

Pacheco Pereira lembra aqui como «é tão fácil levá-los»...



...a propósito deste artigo. Eles, claro, reagem aqui e ali! Na origem da polémica, terá estado este post.

19.9.04

Terminal do Aeroporto
Título original: The Terminal
De: Steven Spielberg
Argumento: Jeff Nathanson, Sacha Gervasi
Com: Catherine Zeta-Jones, Chi McBride, Tom Hanks
Género: Com, Dra
Classificacao: M/12
EUA, 2004, Cores, 128 min.



Viktor Navorski (Tom Hanks) é um cidadão de um país de Leste que vai a caminho de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Mas quando desembarca no aeroporto internacional JFK, descobre que rebentou uma guerra civil no seu país e houve um golpe de Estado. Viktor vê-se dessa forma sem pátria e sem um passaporte válido (pois é um passaporte de um país que deixou de existir!). Não tem assim autorização para entrar nos Estados Unidos, mas também ninguém o obriga a sair. E Viktor começa então a improvisar os seus dias e as suas noites no terminal do aeroporto, um enorme complexo onde se cruzam todas as facetas da América e onde ele também descobre o amor junto de uma bela hospedeira de bordo (Catherine Zeta-Jones).

"Terminal do Aeroporto", último filme de Steven Spielberg, é inspirado num caso bem real: o de Merhan Karim Nasseri - ou Alfred, como é conhecido no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris. Merhan é um cidadão iraniano, exilado político depois de se ter manifestado contra o Xá do Irão nos anos 70. Em 1988, não consegue entrar em Londres por ter apenas uma fotocópia do passaporte e é expulso para Paris, local onde embarcara. Aí, sucedem-se uma série de absurdos burocráticos e Merhan começa a aprender a viver no aeroporto, entre pilotos, hospedeiras, empregados de cafés e restaurantes. Em 1999, quando a Bélgica se interessa pelo seu caso e resolve dar-lhe um passaporte válido, Alfred já não quer sair do aeroporto.

«Terminal de Aeroporto é uma ficção capriniana, onde um "zé-ninguém" acaba por se tornar num símbulo de uma humanidade desqualificada, mas cheia de determinação e objectivos de vida. Spielberg filma-a com um humor sempre mais forte do que a linha trágica que subjaz a todo o filme, conseguindo divertir-nos e emocionar-nos, apesar da simplificação humana com que acaba por tratar toda a gente».

(Jorge Leitão Ramos, in Expresso de 18/09/2004)

18.9.04


Salvador Dali, Soft Construction with Boiled Beans: Premonition of Civil War (1936)

17.9.04

Profissionais liberais fogem cada vez mais ao fisco...


«A administração fiscal detectou um aumento na fuga ao pagamento dos impostos dos profissionais liberais, em especial dos advogados, médicos e arquitectos, revela hoje o "Semanário Económico".»

«Os profissionais liberais contribuem com seis por cento do IRS total, quando deviam representar 15 por cento .»

(in Público)

A regra do utilizador-pagador


«No caso das auto-estradas SCUT, elas são desde logo uma excepção em relação à generalidade das auto-estradas entre nós, que são portajadas; depois, elas constituem uma mais-valia adicional facultativa para quem as usa, pois existe sempre uma alternativa rodoviária em todos os itinerários; terceiro, elas estão longe de beneficiar todos, desde logo porque existe muita gente sem automóvel, que portanto nunca as usa e que as paga pelos impostos, se elas não forem pagas pelos utentes (o que se afigura de todo injusto); por último, a par do seu contributo para o desenvolvimento económico, as auto-estradas têm também enormes “externalidades negativas”, sobretudo em termos ambientais. Aqui faz todo o sentido aplicar em toda a linha o princípio do utilizador-pagador, até porque é relativamente pouco dispendioso instalar um sistema de cobrança».

(Vital Moreira, in, Diário Económico)

14.9.04

11 DE SETEMBRO, DATA AZIAGA

No dia 11 de Setembro de 1973, Pinochet instaurava uma ditadura militar no Chile. Há que esclarecer que até três anos antes (1970), o Chile era um oásis de democracia, no meio das ditaduras de direita, normalmente militares, cleptocráticas e serventuárias do capitalismo mais selvagem, na América Latina. Já naquele tempo, a situação social do Chile era a melhor de todo o continente sul-americano. Existia ali uma classe média maioritária.

Em 1970, uma coligação de esquerda, liderada pelo Partido Socialista, vincadamente marxista, de Salvador Allende - futuro primeiro-ministro - e que integrava os comunistas e uma parte da extrema-esquerda -, derrotou os democratas-cristãos de Eduardo Frei.

De seguida, o governo de Allende procedeu a nacionalizações e apropriações de terras que levaram a acentuada quebra da economia, com elevados desemprego e inflação, originadores de grandes protestos. O MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária) criou milícias que desdenhavam dos militares e da polícia. Começou a reinar um clima de anarquia propiciador do golpe de 11/9/73, na sequência do qual Pinochet e os seus sequazes procederam a prisões e assassinatos em série de oposicionistas.

É certo que na altura, para combater o comunismo, os americanos fecharam os olhos aos crimes da ditadura. A CIA também não terá as mãos limpas no respeitante ao golpe. Mas se Pinochet realizou um referendo que levou ao seu afastamento, tal deveu-se à pressão exercida por Reagan, na segunda metade dos anos 80 do século passado. A imunidade parlamentar de Pinochet foi levantada, a fim de responder em Tribunal pelos seus crimes. Não é revanchismo, mas um acto de justiça face a um ditador com as mãos manchadas de sangue.

Em 11 de Setembro de 2001, loucos fanáticos fundamentalistas islâmicos atacaram as torres de Nova Iorque e o Pentágono, matando milhares de pessoas. Mais do que aos EUA, tratou-se de um ataque a todas as democracias, que tais bandalhos (não merecem outro nome) pretendem destruir, a fim de instaurar uma teocracia islâmica mundial. Perante tão bárbaro acto que fazer? Conversar com Bin Laden e a sua corja? O que pediriam em troca? Que abdicássemos da liberdade de que usufruimos? Não! A atitude certa era a de responder perseguindo os terroristas militar e policialmente onde se encontrem, sendo certo que tal guerra, pois de guerra se trata, teria de durar anos. Também a II Grande Guerra Mundial durou 6 anos e custou milhões de mortos para que os nazis fossem derrotados e não fôssemos dominados pelo Bin Laden da época, o nacional-socialista Hitler. Foi o que fizeram os americanos, agora, como na década de 40.

Três anos depois, a guerra não está ganha, mas foram dadas machadadas fundamentais no terrorismo, com a prisão de muitos dos seus dirigentes e operacionais. Foi derrubado o regime medieval dos talibans, no Afeganistão. Foi derrubada a tirania de Saddam e do baasismo, outra mistura explosiva de nacionalismo e socialismo terceiro-mundista. Recordamos, a propósito, que o já falecido Melo Antunes dizia em 1975 que o ideal para Portugal seria um regime como o do Iraque!...

É certo que não foram encontradas armas de destruição maciça no Iraque, mas elas existiram e contrariamente a várias decisões da ONU, Saddam nunca provou tê-las destruido, sabendo que por tal motivo poderia ser, como foi, atacado. E teve tempo de sobra para esconder tais armas, tentando virar a opinião pública internacional contra os países da coligação. Terá aprendido tais métodos com o "guia genial dos povos", Estaline, por ele tão apreciado.

É certo que não terminou o conflito israelo-palestiniano, outro dos motivos para o ataque ao Iraque. Sou crítico de muitas das posições radicais de Sharon. No entanto, também critico as instituições da UE para não darem ouvidos a Bush, no sentido de pressionar esse estorvo à paz, que é Arafat, a abandonar a liderança da OLP, a fim de na mesma ser colocado um moderado que pudesse dialogar com Israel. Certamente, a sua moderação levaria ao abrandamento do radicalismo de Sharon.

No Iraque continuam os combates. Mas é ou não verdade que o governo actual é representativo de forças políticas e religiosas claramente maioritárias naquele país? É ou não verdade que existe a liberdade de manifestação e expressão inexistente no tempo do ladrão do povo e fascínora Saddam? Os que desencadeiam o terrorismo na antiga Mesopotâmia são os inimigos da democracia, pois sabem contagiar o futuro regime democrático iraquiano todo o Médio Oriente. Tal será um passo importante para o fim do terror islâmico.

Também em Portugal, após o 25 de Abril, a esquerda comunista não queria eleições, prevendo o seu resultado que foi o princípio do fim do seu projecto totalitário então em curso. Esta esquerda e os nostálgicos do salazarismo desencadearam vários actos violentos durante o PREC. Estivemos à beira da guerra civil. Felizmente, as forças democráticas civis e militares foram vencedoras, sem recorrer à guerra. Mas se a mesma fosse inevitável? A culpa era do 25 de Abril? Seria melhor ter ficado tudo como dantes? Era uma resposta que gostaria de ouvir da esquerda anti-americana, a qual se pode preparar para averbar mais uma derrota, a nível internacional, pois poucas dúvidas há de que Bush será reeleito. Já que a tal me desafiou alguém nestes posts, aqui vai a resposta: se fosse americano votaria em Bush. Na América, sou apoiante da ala esquerda dos republicanos, especialmente dos neo-conservadores, muitos deles vindos, como eu, da esquerda radical.

Para terminar: o terrorismo combate-se com firmeza e não com transigências. Os ataques, além da Espanha, em países árabes moderados, como a Indonésia, ou Marrocos, ou o massacre de crianças na Rússia, não são a prova cabal de que toda a luta militar e policial é pouca para destruir os inimigos da paz e da liberdade?

Por Manuel Silva.

12.9.04

Este senhor «já não é a mesma pessoa»...


...até porque, diz José Saramago à BBC, «a História está cheia de personagens que se transformam quando chegam ao poder».

11.9.04


(in, Barnabé)
A TEORIA DO "11"...



O 11 passou a ser um número inquietante. Podem pensar que é uma casualidade forçada ou simplesmente uma tontice, mas há coisas interessantes. Senão vejam...

1) New York City tem 11 letras.
2) Afeganistão tem 11 letras.
3) "The Pentagon" tem 11 letras.
4) Ramsin Yuseb (Terrorista que atentou contra as torres gémeas em1993) tem 11 letras.
5) George W. Bush tem 11 letras.

Até aqui, meras coincidências ou casualidades forçadas (será???). Agora começa o interessante...

1) Nova Iorque é o 11.º estado dos EUA.
2) O primeiro dos voos que embateu contra as Torres Gémeas era o n.º 11.
3) O voo n.º 11 levava a bordo 92 passageiros, que somando as cifras dá: 9+2=11.
4) O voo n.º 77, que também embateu contra as Torres, levava a bordo 65 passageiros, o que somando dá: 6+5=11.
5) A tragédia teve lugar a 11 de Setembro, ou seja, 11 do 9, que somado dá: 1+1+9=11.
6) A data coíncide com o número de emergência norte-americano o 911. Que somado dá: 9+1+1=11.

E agora o mais inquietante...

1) O número total de vítimas que faleceram nos aviões é 254: 2+5+4=11.
2) O dia 11 de Setembro é o 254.º dia do ano: 2+5+4=11.
3) A partir do 11 de Setembro sobram 111 dias até ao fim de um ano.
4) O famoso Nostradamus (11 letras) profetiza a destruição de Nova Iorque na Centúria número 11 dos seus versos...

Mas o mais chocante de tudo é que se pensarmos nas torres gémeas, damo-nos conta que tinham a forma de um gigantesco número 11.

E como se não bastasse, o atentado de Madrid aconteceu no dia 11.03.2004, que somado dá: 1+1+3+2+4=11!
9/11


























(ampliar)
Coincidência?...

1) Dobre uma nota de US$20 dólares e compare sua dobra precisamente com esta figura abaixo:



2) Continue dobrando assim... Dobre precisamente conforme a figura:



3) Dobre o lado direito exactamente como dobrou o lado esquerdo:


Você verá o Pentágono em chamas (círculo vermelho)!!!

4) Agora dobre e veja do outro lado:


As Torres Gêmeas do World Trade Center aparecem em chamas!!!

10.9.04

A RECESSÃO ACABOU. ALGUÉM AINDA VAI PERGUNTAR PELA RETOMA?




Segundo os últimos dados estatísticos, a economia portuguesa, no primeiro semestre deste ano, cresceu 1,5% e 1,2%, respectivamente, relativamente ao mesmo período do ano passado e ao primeiro trimestre deste ano. Em termos homólogos, nos primeiros seis meses de 2004, cresceu 0,9%.

Perante estes factos, e apesar de o desemprego ainda ser elevado, alguém ainda põe em causa a retoma económica?

Esta recuperação mostra a justeza da política de Durão Barroso e de Manuela Ferreira Leite. Foram tomadas medidas duras e impopulares, embora havendo a preocupação de manter o ordenado mínimo e as pensões mais pequenas acima da inflacção, o que provocou recessão, a qual, como se constata, acabou, havendo sinais claros de crescimento. Além daqueles sinais, observa-se também a melhoria no consumo, bem como no respeitante à confança de consumidores e industriais.

No entanto, as importações aumentaram mais que as exportações, agravando o défice da balança comercial, pelo que para o crescimento ser sustentável, há que prosseguir a política de reformas estruturais iniciada por aquele governo, diminuindo as depesas, com consciência social, aumentando a produtividade e baixando os impostos. Não parece ser a política do actual governo, pois apenas tem falado na reforma do arrendamento, projectada pelos seus antecessores. Quanto a medidas reformistas na saúde, educação ou administração pública, também projectadas por Durão Barroso, não se fala.

Com a flexibilidade do Pacto de Estabilidade a ajudar, seria de prosseguir tais reformas. Provavelmente, como é típico dos populistas, seguir-se-á o caminho mais fácil: não mexer em interesses, a fim de ganhar as próximas eleições, pagando-se seguidamente a factura, perdendo-se uma oportunidade de ouro para procurar a convergência com os outros países da UE de forma sustentada.

Por Manuel Silva
Disfunção eréctil aflige 400 mil portugueses...


A partir dos 40 anos o homem corre maior risco de vir a ter problemas ao nível da erecção. O risco aumenta no caso de existirem já outras doenças, como a diabetes, ou relacionadas com a próstata, que podem resultar em disfunção eréctil.

São causas, designadamente, o tabagismo, a obesidade, o colesterol elevado, hipertensão, alcoolismo, toxicodependência, stress, depressão, cansaço...

Segundo o Dr. Nuno Monteiro Pereira, «se fuma um ou dois maços por dia e começou a fumar aos 15 anos, é altamente provável que aos 50, 55 anos comece a ter problemas».

(in, Saúde Pública - Expresso, de 04/09/2004)

Saiba mais aqui e ali.

8.9.04

A política de Putin para a Chechénia...


Grozny, 16 de Dezembro de 1999


Grozny, 16 de Março de 2000


(in, Blasfémias)