2.4.12

O Que Há de Novo no Amor?
Título original: O Que Há de Novo no Amor?

De: Mónica Santana Baptista, Rui Santos, Hugo Martins, Tiago Nunes, Hugo Alves, Patrícia Raposo

Com: Joana Santos, Ângelo Rodrigues, Nuno Casanovas, João Cajuda, David Cabecinha, Sónia Balacó, Joana Metrass
Género: Drama, Romance

Classificação: M/12

Outros dados: POR, 2011, Cores, 111 min.

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"A Rita (Joana Santos), depois de deixar o Ricardo (Nuno Pinheiro), ainda não sabe que caminhos tomar, e a chegada do Rafael (Ângelo Rodrigues), a roubar livros na livraria onde ela trabalha, só lhe baralha mais as ideias. A Inês (Inês Vaz) também anda insegura, até se deixa seduzir pelo João (David Cabecinha), mas parece não querer compromissos maiores do que os que uma noite proporcionam. O Marco (João Cajuda) julga ver no Tiago (João Pedro Silva) um amante possível, mas já tem muitas desilusões na bagagem e está farto de ver gente em trânsito. O Samuel (Nuno Casanovas) acredita em Deus e, portanto, no amor que não se esgota, não sabe é que o diabo do destino pode estar à espreita para o destruir — e vai aprender essa verdade de uma forma brutal. E há ainda o Eduardo (Miguel Raposo), que pede um tempo à Maria (Diana Nicolau), um intervalo no amor — como se isso fosse possível... —, e descobre que há decisões que não têm retorno. Assim se faz “O Que Há de Novo no Amor?”, trama de várias histórias, com personagens jovens que se cruzam numa banda de garagem e que têm amores, desamores, esperanças e friezas — e tragédias, até —, num filme dirigido a seis mãos, seis jovens realizadores a darem o passo em frente na direção da longa-metragem."

"Feliz ideia da produtora Maria João Sigalho, da Rosa Filmes, a de tentar que os cineastas trabalhassem uma ficção longa que pudesse ser segmentada, cada um deles atendo-se a uma história que engrena no conjunto, mas sem que o resultado fosse manta de retalhos. Primeiro milagre: os fios encaixam-se e, mesmo quando algum dos cineastas quis incutir um cunho mais particular ao seu segmento (caso de Rui Santos: bonita a filiação em “Corte de Cabelo”), nem por isso o equilíbrio global se prejudica. Segundo milagre: nenhuma das histórias parece ter urgência ou ser emblemática, mas o filme, no seu conjunto, é uma perspetiva sobre o panorama sentimental de uma geração com uma intensidade emocional muito forte. Depois há os intérpretes, elenco vasto e muito variado, surpreendentemente justo, tanto mais que boa parte dele tem origem nos “Morangos com Açúcar” ou no território da telenovela. Não que seja vergonha vir daí, só que não é escola que se deseje — mas aqui está a prova de que é possível dar a volta às carências quando há uma energia criativa que se desencadeia."



"E o cinema em “O Que Há de Novo no Amor?”? O cinema está bem, está mesmo muito bem. Quando vejo um plano como o do futebol na praia, com o sol pálido a pôr-se lá ao fundo, rente ao mar, captando as reverberações do quase lusco-fusco, fico a saber que o cinema não se perde. Porquê? Porque acontece uma evidência: o realizador não está ali para simplesmente contar uma história e ir à sua vida, ele teve de pensar aquele plano, esperar pelo momento exato em que era possível fazer-se, ter o trabalho de voltar no dia seguinte, porque um plano daqueles, à primeira, quase nunca se consegue... Mais à frente, quando há aquele outro plano abissal da morte na praia, filmado na trémula nebulosidade de uma teleobjetiva — como quem olha lá para muito longe e nem acredita, como quem chora? —, com os barcos a varrer o rio numa negra agitação, fiquei com a certeza absoluta que os seis realizadores que ora se apresentam dirigindo coletivamente “O Que Há de Novo no Amor?” merecem não só que olhemos este seu filme com olhos bem abertos para tudo ver mas também que comecemos a fixar-lhes os nomes. Está aqui uma parte irrecusável do futuro da nossa cinematografia!" Jorge Leitão Ramos, Expresso de 11/02/2012